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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Em vergonha me confesso!


 
 
Senti vergonha…vergonha de mim, como há muito não sentia, vergonha da mulher que estava naquele ‘espelho’, que a mais improvável das pessoas pôs á minha frente! Não sei quem ele é, porque veio, se vai ficar…apenas sei que, quando os meus olhos se prenderam a ele naquela noite, quando senti que já o conhecia sem nunca o ter visto, não podia imaginar que ele seria a forma de o universo me mostrar a pessoa em que me tornei!

Um dia descobri que me tinha perdido de mim. Um dia decidi voltar a encontrar-me. Um dia voltei à vida, como se tivesse renascido. Um dia voltei a amar, despida de mim e sem medos. Um dia fui feliz…por momentos fui feliz como nunca tinha sido. Um dia esqueci esse amor. Um dia voltei a ter medo de amar. Um dia voltei a ser abandonada todos os dias. Um dia vesti-me novamente com roupas que não eram as minhas e voltei a ser o que sempre fui: alguém que não sou eu!

Estou sozinha nas horas dos dias…por culpa dos outros digo eu, por culpa dos que não se entregam, dos que não mostram o que sentem, dos que fogem do compromisso…

Estou sozinha nas horas dos dias e digo a mim própria que me basto, que o amor que voltei a ter por mim me basta, que aprendi a encher-me de mim para que os outros nunca me faltem…aprendi a mentir como nunca menti!

Nunca mais ouvi a palavra amo-te, nunca mais a disse a um homem…

Nunca mais voltei a andar de mãos dadas, a dividir pipocas no cinema, a acordar com o pequeno almoço na cama, a escrever mensagens de amor, a ser lamechas e parva como só os apaixonados são, como eu sou quando estou apaixonada!

Contentei-me com o pouco que me davam, mostrei que isso me bastava, que eu era independente, segura, adulta demais para essas fraquezas do amor! Tornei-me naquilo que odiava nos outros! Ouvi vezes sem fim: ‘ Bela, tu mereces mais, tu és muito mais do que isso que aceitas e que dás!’ Nessas alturas, fechava-me em mim, voltava a lembrar os tempos em que amei tudo e fui tão amada e pensava: ‘eu já tive isto, já senti isto, já fui mais amada do que muitas mulheres serão a vida toda…isso basta!’
Entrei como peão num jogo de xadrez que nunca quis jogar... fiz-me jogadora por medo de perder e perdi por não saber jogar!

Maldito medo que me fez mentir assim, que me fez fugir assim, que me fez voltar a vestir esta pele que não é a minha! Maldito abandono que me deixaste marcas que teimam em cá ficar!

Maldito ‘espelho’ que me mostraste quem realmente sou e quem não quero ser!

Em vergonha me confesso: sou frágil, sou insegura, sou intensa, sou apaixonada, sou sonhadora, sou pouco para o muito que o amor é na minha vida!

Em vergonha me confesso: ou tenho tudo ou morro aos poucos por não ter nada!

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