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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O ultimo conto de 2015


Tinha sido um ano de afetos...como todos os outros e uns atrás dos outros. Era sempre assim, mesmo quando decidia fechar a porta do coração, teimavam em vir arromba-la e entravam sem pedir. Diziam-lhe o quão especial era, mostravam-lhe que era possível voltar a acreditar e, quando ela acreditava, partiam. Não sabia porquê, nem sabia porque partiam apenas em partes, deixando aqui e ali a sua presença, voltando de quando em quando para a lembrar do quão ...maravilhosa era, ainda que não fizessem do coração dela a sua casa. Até que veio ele. E era apenas mais um, era apenas alguém que tinha chegado nas suas pausas de acreditar. Era uma presença estranha, que se manifestava numa ausência cada vez mais sentida. Era feito de muitos mundos, e ela era uma viajante. Era um mistério que aos poucos ela queria cada vez mais descobrir. Não era corpo, era algo que, estranhamente, lhe entrava pela alma. Um furacão de emoções que lhe metia medo e ao mesmo tempo a fazia ficar. Existia apenas dentro de si...a ocupar cada vez mais espaço. Era a sua fantasia e, mesmo não sendo a fantasia perfeita, ela acreditou. Acreditou que nada era por acaso, que aquele estranho que tinha entrado em si, poderia ser o eterno habitante do seu amor. Porque raio nos apaixonamos pelo lado de dentro de alguém? Sabia a resposta...um dia já se tinha apaixonado assim, um dia já tinha amado pelo lado de dentro. E amar pelo lado de dentro é a maior das provas de fé no amor. Ela teve fé na sua fantasia..., por horas, por dias, meses. E ele não chegou. Ele não quis sair do mundo dele para partilhar sentimentos reais, para a amar, para ser amado da forma que ela sabia: pelo lado de dentro!
E no último dia do ano ela ia despedir-se dele e deixá-lo lá, onde moram os amores 'mortos' pelo medo, o destino ou a vida... do lado de dentro!
(E viriam mais dias de afetos, mais pessoas, mais histórias, mais anos...porque a vida não para nos dias do calendário e ela não deixava de acreditar, mesmo com pausas)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Espero por ti?


Ponho o vestido novo que comprei especialmente para a ocasião...gosto de estar bonita, embora espere que a beleza em que te percas seja a que vês para além dos olhos.
Pinto os lábios de vermelho, a cor da paixão, a mesma com que anseio um beijo teu que me tire o bâton.
Borrifo-me de perfume para que ao sentir o teu abraço o meu cheiro te fique gravado na pele.
...
Preparo o champanhe e as duas taças com que quero brindar contigo assim que soarem as badaladas.
Não gosto de passas mas pedirei cada um dos 12 desejos de olhos fechados a apertar a tua mão.
Vai haver fogo de artifício nos céus e será tão pouco comparado com o que arde dentro de nós!
Está tudo pronto...
Aguardo o som do teu carro a chegar, o casaco quente para me juntar a ti, numa noite fria em que faço questão de olhar contigo para o céu...porque nem o céu será o nosso limite!
Espero por ti, com a mesma fé dos que acreditam num novo ano melhor.
Estou aqui...tenho um lugar guardado no meu coração que anseia por ti.
Vai começar um novo ano...vens?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Os homens também choram


E naquele dia, depois do abraço, o sofá de sempre, eu sentada, tu deitado com a cabeça em cima do meu colo…passávamos horas assim. Eu falava, tu falavas ou éramos silêncio apenas. Outras vezes punha para ti as músicas que eu ouvia e que tu nem sequer conhecias. Lembro-me das gargalhadas que davas a pensar o que diriam ‘lá fora’ se te vissem ali, nos nossos momentos!
Naquel
e dia, depois do abraço, tu deitado no meu colo, começaste num choro sem fim! Nunca te tinha visto chorar! E choraste naquilo que me pareceu um tempo interminável, num silêncio só cortado pelo bater do teu coração acelerado. Puxaste-me a mão para te sentir o peito e num choro convulsivo sussurraste: ‘já cá está! E é tão grande, e é tão forte e tira-me o ar… não sei o que fazer com ele!’
E foi assim, por entre lágrimas e um desespero que te tirava o ar, que disseste pela primeira vez que me amavas! E foi esse o dia em que te apertei forte nos meus braços e te lambi as lágrimas, desejando levar-te todos os medos! E foi esse o dia em que vi o homem-menino, o homem frágil, o homem dor, o homem amor…e foi nesse dia que vi, pela primeira vez, o homem maior!
E desde esse dia, choraste vezes sem fim, por ti, por mim, por nós… por um amor que era vida e morte, por um sentir que era ar e fogo, por um viver que era tempo e fim anunciado!
E desde esse dia, tive a certeza que o amor maior existe.
E desde esse dia, tive a certeza, que a grandeza de um homem não se mede pela aparência mas sim pelo amor que dá e pelas lágrimas que chora!

domingo, 20 de dezembro de 2015

Agridoce...

Não és um doce... mas eu também não gosto de açucar!
Não me sussuras ao ouvido palavras de amor...mas eu mal consigo ouvir o que dizes assim que me tocas!
Não me comes em beijos...mas ainda assim conservo em mim o teu sabor!
Não tens sede de mim...mas eu bebo-te em palavras e sacio-me de ti!
Não sou quem te tira a fome de amar...mas sou a dispensa que podes abrir sempre que estiveres com fome!
Não és um doce...mas eu aprendi a gostar dos amargos da vida!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Tempos distantes


Não és tu. Não sou eu. Não somos nós. 
O meu tempo está distante do teu. A minha ânsia por descobrir algo novo esbarra com o teu medo de sair.
O meu coração,que quer voltar a encher-se , não bate ao mesmo compasso do teu que está ainda cheio de outros amores.
As minhas cicatrizes não me doem, as tuas mal consegues vê-las ao espelho.
As minhas certezas magoam as tuas eternas dúvidas.
A minha busca não termina, a tua estende-se em cada paragem que fazes, cansado de buscar.
 Não desisto do que quero mas sei desistir daquilo que o tempo não me quer dar.
 O meu tempo está distante do teu.
Mas estamos aqui a viver neste mesmo tempo onde um dia nos cruzamos...e gosto de ti porque me lembras tanto de mim!
Gosto de ti porque te vejo para além dos medos.
Gosto de ti porque te leio despido e sem máscaras.
Gosto de ti porque sei que uma parte de ti ainda acredita.
Não a deixes morrer...não deixes morrer essa parte da tua alma que te torna tão diferente!
Vive! Foi a coisa mais importante que um dia aprendi: a viver para além de todos os medos!
Não és tu. Não sou eu. Não somos nós. Será alguém...e que venha para ser eterno enquanto durar!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

A praia onde foram felizes...




"-Cada segundo fica guardado em mim para sempre...
-Amo-te.Vou dizer isso todos os dias da minha vida.Porque devo. É a única coisa que ainda faz sentido.E para sempre é muito tempo mas é para sempre que será...
-Sim, para sempre é muito tempo...as lembranças ficam para sempre, essas ninguém nos tira! E não me arrependo de nada.
-Eu arrependo. Todos os dias desde ti me arrependo. Amo-te, nunca duvides disso. Não me arrependo de ti, de nós...só não queria roubar-te o sorriso.Isso mata-me lentamente, é o meu cancro. É assim que me sinto, um cancro.
-Já chorei.Desta vez chorei tudo, desta vez prometi a mim mesma que não deixava nada por chorar...
-Encontrar um anjo como tu é impossível, fazê-lo chorar é a maior filha da putice que podia fazer.
-Choro tudo porque depois tudo vai ficar bem. Sabes o que fica, o que me deste? Não foram lágrimas...mostraste-me o amor: o verdadeiro, o grande, o puro, o genuíno. Vieste à minha vida para me mostrar o amor e vou agradecer-te isso o resto dos meus dias.
-Agradece a ti...tu és o anjo, eu sou apenas o pobre diabo no teu caminho.
-Ficamos lá, naquele arraial, agarradinhos e felizes . É essa a imagem que quero guardar de nós....
- E desapareço...assim, como um dia apareci? Morri naquela areia, nos teus braços .O meu sorriso mora no fundo dos teus olhos. Vou porque me pedes mas sofro mudo.
-Este vazio que sinto é como se te tivesse perdido para a morte.É isso que sinto, que morreste naquele dia e contigo morreu uma parte de mim...
(E sempre que volta aquela praia ele está lá: o cesto de frutas, o abraço apertado, as mãos entrelaçadas. Ele continua vivo, ela continua a viver e cada um, do seu lado do mundo, volta sempre á praia onde foram felizes...)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Não sejas ovelha...


-Promete-me que nunca vais ser vulgar. Não por mim, por ti...promete-me!
-Vulgar? Como assim?
-Ovelha. Que nunca vais fazer parte do rebanho, que vais ser sempre tu.
-Não sei onde queres chegar...se há coisa a que eu sou fiel é a mim própria. Que rebanho é esse de que falas? Aliás, neste momento não podia sentir-me mais 'ovelha negra'!
-Isso. É isso de que falo.Tu seres tu. Não por mim nem por ninguém...por ti.
-Sim, por mim porque toda a vida fui pelos outros...
-És um ser maravilhoso. Tu és tudo menos normal. És um anjo, o meu anjo, o meu amor...
-Os anjos não tem corpo, não beijam, não abraçam, não erram...Um dia vou ser um anjo, um dia.
-Tu tens. Beijas, abraças, erras...és um anjo perfeito.
-Sou apenas alguém que te ama...só.
-Apenas alguém...és tudo! Só quero que me prometas que nunca terá sido em vão, que isto nunca vai morrer dentro de ti...Podes um dia seguir, desviar-te, desistir, sei lá, chama-lhe o que quiseres, mas isto, nós, nunca vamos morrer um do outro!
- Prometo, de olhos fechados. Estás em mim, na minha alma e é aqui que ficarás, prometo.
- Um dia, quando fores, guarda-me dentro de ti e chama-me apenas quando precisares de ouvir de mim o que sempre te disse: vive! Porque tu és única, porque tu és Vida!
(e ela viveu, longe do rebanho, onde ás vezes só restava a solidão. Mas nunca foi ovelha...)

Não...


Não te consigo esvaziar os medos se não me deixas entrar...
Não consigo guiar-me nos túneis do teu coração, se me apagas a luz...
Não sei ser palavra se me és silêncio...
Não consigo chegar a ti se me levas o mapa...
Não posso 'curar-te'  as cicatrizes se as disfarças com pensos rápidos...
Não chego a ser companhia se preferes solidão...
Não te posso dar de mim o que teimas em não receber...
Não consigo ser inteira se só me queres em metades...
E mesmo que à minha volta tudo grite que não, se vieres, eu dir-te-ei que sim!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Até velhinhos




E, se os anos, meses, dias que te restam, fossem passados ao meu lado?
Andaríamos na rua de mãos dadas, sempre...
Não sairias de casa sem um beijo doce e saudade contida no 'até já' que diríamos...
Acordarias com o meu sorriso, porque acordar a teu lado é o primeiro motivo do meu dia para sorrir...
Brigaríamos vezes sem fim, por tudo e por nada, e acabaríamos a nossa birra infantil nos braços um do outro, a rir...
Passaríamos os domingos de inverno no sofá, cabeça deitada no colo do outro, umas vezes tu, outras eu mas sempre nós...
Levaríamos horas a decidir o que fazer ou para onde ir mas, no final, o que importa é que faríamos juntos e não iríamos um sem o outro...
Faria as minhas saídas com as 'míudas', até o corpo aguentar, sabendo que me esperarias ensonado, para o último beijo de boa noite...
Serias cobiçado por tantas outras que, não imaginariam sequer o quanto transbordavas de amor, o meu amor...
Encheríamos o telemóvel de mensagens lamechas e amo-te a toda a hora, porque a paixão é uma chama que precisa de sopro...
Pediríamos desculpa vezes sem fim porque o orgulho morre nos braços do amor...
Não seríamos perfeitos um para o outro porque a perfeição sempre foi chata demais para nos servir...
Encontraríamos sempre peças perdidas que não encaixam em nós mas, teríamos a vida para refazer o nosso puzzle...
Tocarias as minhas rugas e eu as tuas, com orgulho de cada uma delas ser a marca de um tempo só nosso...
Seria isto e muito mais...passo a passo, lado a lado com a certeza de que o amor nos guiaria sempre...até velhinhos!

sábado, 12 de dezembro de 2015

Ninguém



Quem sou eu que ousei imaginar o teu amor?
Quem sou eu que ousei sonhar para além do corpo?
Quem sou eu para achar que te tirava os medos?
Quem sou eu para deixar que entrasses em mim?
Quem sou eu para ousar entrar num coração magoado?
Quem sou eu que vi em ti alguém que os olhos não mostram?
Quem sou eu que te senti de uma forma que não consigo descrever?
Quem sou eu que nada sabe de ti e sempre te conheceu?
Quem sou eu que sem saber nadar só quer mergulhar em ti?
Quem sou eu que sem saber para onde ir, quer ir contigo?
Quem sou eu para acreditar que seria eu?
Sou ninguém… ninguém que apenas queria ser, para ti, alguém!



domingo, 6 de dezembro de 2015

E é assim...



E não sei de onde veio este sentir, este querer…mas está cá. Já está cá...
Está no cheiro da pele, está no arrepio do toque, está no
sabor dos lábios, está na ânsia das palavras, está no silêncio do olhar, está no calor do abraço, está na saudade antecipada, está no aperto que fica quando o tempo é pouco…...

Está em mim, cada vez mais entranhado, cada vez mais
misturado, cada vez mais verdadeiro…
Talvez seja errado e se torne certo, talvez seja intenso e me torne frágil, talvez seja medo e se torne fé...
Não sei de onde vem este sentir, este querer, mas sei que é assim que sinto, é assim que me dou, é assim que sou!
E não sei se é assim que se deve sentir, que se deve querer, apenas e só,é assim que já te sinto, é assim que já te quero...


Apenas ser...



 Mostra-me de ti apenas o que quiseres mostrar, eu mostrar-te-ei sempre o que sou...
Dá de ti apenas o que quiseres dar, eu dar-te-ei apenas o melhor de mim...
Leva de mim o que quiseres levar e deixa comigo a certeza do que és......

Assim, simples, verdadeiro, real...assim, apenas sendo, porque entre nós não quero que exista medo de ser!
Não quero saber porque vieste, não me importa se vais ficar muito ou pouco tempo mas enquanto cá estiveres, somos?


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A (não) definição dele...



Ele é uma viagem interminável, feita de caminhos cruzados entre o coração e a razão.
Ele é um mar de palavras soltas que navegam em ondas de paixão.
Ele é pássaro livre em voos sem destino nem tempo de chegar....

Ele é verdade de ser, escondido na mentira de estar.
Ele é a doce paragem das amargas passagens da vida.
Ele é a fé perdida de quem teima em acreditar.
Ele é um mundo de sombras guiado por uma alma de luz.
Ele é um ser sem definição...porque ser, é apenas um dos seus actos de coragem!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Em vergonha me confesso!


 
 
Senti vergonha…vergonha de mim, como há muito não sentia, vergonha da mulher que estava naquele ‘espelho’, que a mais improvável das pessoas pôs á minha frente! Não sei quem ele é, porque veio, se vai ficar…apenas sei que, quando os meus olhos se prenderam a ele naquela noite, quando senti que já o conhecia sem nunca o ter visto, não podia imaginar que ele seria a forma de o universo me mostrar a pessoa em que me tornei!

Um dia descobri que me tinha perdido de mim. Um dia decidi voltar a encontrar-me. Um dia voltei à vida, como se tivesse renascido. Um dia voltei a amar, despida de mim e sem medos. Um dia fui feliz…por momentos fui feliz como nunca tinha sido. Um dia esqueci esse amor. Um dia voltei a ter medo de amar. Um dia voltei a ser abandonada todos os dias. Um dia vesti-me novamente com roupas que não eram as minhas e voltei a ser o que sempre fui: alguém que não sou eu!

Estou sozinha nas horas dos dias…por culpa dos outros digo eu, por culpa dos que não se entregam, dos que não mostram o que sentem, dos que fogem do compromisso…

Estou sozinha nas horas dos dias e digo a mim própria que me basto, que o amor que voltei a ter por mim me basta, que aprendi a encher-me de mim para que os outros nunca me faltem…aprendi a mentir como nunca menti!

Nunca mais ouvi a palavra amo-te, nunca mais a disse a um homem…

Nunca mais voltei a andar de mãos dadas, a dividir pipocas no cinema, a acordar com o pequeno almoço na cama, a escrever mensagens de amor, a ser lamechas e parva como só os apaixonados são, como eu sou quando estou apaixonada!

Contentei-me com o pouco que me davam, mostrei que isso me bastava, que eu era independente, segura, adulta demais para essas fraquezas do amor! Tornei-me naquilo que odiava nos outros! Ouvi vezes sem fim: ‘ Bela, tu mereces mais, tu és muito mais do que isso que aceitas e que dás!’ Nessas alturas, fechava-me em mim, voltava a lembrar os tempos em que amei tudo e fui tão amada e pensava: ‘eu já tive isto, já senti isto, já fui mais amada do que muitas mulheres serão a vida toda…isso basta!’
Entrei como peão num jogo de xadrez que nunca quis jogar... fiz-me jogadora por medo de perder e perdi por não saber jogar!

Maldito medo que me fez mentir assim, que me fez fugir assim, que me fez voltar a vestir esta pele que não é a minha! Maldito abandono que me deixaste marcas que teimam em cá ficar!

Maldito ‘espelho’ que me mostraste quem realmente sou e quem não quero ser!

Em vergonha me confesso: sou frágil, sou insegura, sou intensa, sou apaixonada, sou sonhadora, sou pouco para o muito que o amor é na minha vida!

Em vergonha me confesso: ou tenho tudo ou morro aos poucos por não ter nada!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Marioneta...


 
Tenho uma amiga que diz:’ lá em cima, algures no universo, há alguém a divertir-se com a tua vida! A pôr, a tirar, a baralhar, a mexer…e deve divertir-se tanto!’

Desatei-me a rir a primeira vez que a ouvi dizer isto, fruto do amontoado de histórias loucas e pessoas estranhas que se sucedem na minha vida. Às vezes dou por mim a pensar que deve ser divertido ver a minha vida ‘do lado de fora’! Se nem eu compreendo, imagino os outros!

Acredito que ninguém se cruza na nossa vida por acaso (sempre acreditei), que há em cada história motivos para fazer dela uma história positiva (mesmo quando tudo nela soa a loucura), que há em cada pessoa algo que me vai ensinar a ser melhor.

Nos medos deles descubro as minhas forças, nas duvidas deles encontro as minhas certezas, nos seus silêncios reforço as minhas palavras, no pouco que me dão descubro o muito que ainda tenho para dar…

Um dia destes perguntaram-me: ‘o que vês nessa pessoa? O que tem ela em comum contigo?’

Dei por mim a repetir algo comum a todas as pessoas com quem me tenho cruzado: ‘tem uma boa essência, é uma pessoa boa, pura!’ Parei, pela primeira vez, para pensar a sério sobre a minha resposta, sobre essas pessoas boas com quem me cruzo mas que fazem da sua presença na minha vida, apenas uma passagem. Porquê? Porque são o espelho que me mostra a minha própria essência, pura e boa! Mas é só isso que temos em comum, nada mais!

Em cada história que se encerra reforço a minha paz de espirito, a certeza de que dou o melhor de mim sempre, de que sou amor e, não sei nem quero ser outra palavra… a cada história que se encerra sinto-me mais preparada para escrever a verdadeira história, onde a personagem principal será alguém como eu: verdadeiro no sentir, intenso no dar, simples no viver e com sentido de humor…sim, porque juntos, vamos troçar muito desse universo que fez de nós marionetas antes de nos juntar! E algo me diz que as gargalhadas estão para breve…

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Fotografias da alma











 
 
Hoje quero falar-vos de mim. Nada de estranho, falo muitas vezes, exponho aqui o que sinto, o que visto, o que como, o que sonho… mas hoje, vou mostrar-vos o outro lado de mim!

Estou sempre a ouvir: ‘ficas tão gira nas fotos’, ‘estás sempre a rir’, ‘estás cada vez melhor’, ‘estás sempre em altas’…nem sempre foi assim!

Sempre adorei tirar fotos, não é segredo. A máquina acompanhava-me para todo o lado! Já viajei muito, já fotografei muito. Tenho um disco rígido cheio de fotografias dos lugares por onde passei. Eu apareço em muito poucas! Inacreditável não é? Aquela que se ‘faz á foto’, que aparece sempre de sorriso rasgado em tudo quanto são redes sociais…porquê? Eis uma pergunta que só há muito pouco tempo fiz a mim mesma? Porque aparecia em tão poucas fotos, porque gostava mais de fotografar do que ser fotografada, porque apagava metade das fotos que me tiravam, porque sorria de uma forma diferente?

Fui gordinha, já aqui o disse, embora muitos continuem sem acreditar. Na maior parte do tempo não me importei com isso, não ligava! Era isso…não ligava, não me ligava! A adolescente vaidosa que passava avida em dietas, que se maquilhava até para ir ao pão, que usava saltos altos desde os 14/15 anos mesmo com graves problemas de coluna, um dia, deixou de se importar. Quando olho para as fotos daqueles anos, não me chocam as roupas, a falta de maquilhagem, o corpo deformado…choca-me o olhar, o sorriso que não vinha da alma, a falta de ‘luz’ que eu tinha! E nunca percebi…

Tudo e todos há minha volta eram importantes. Tinha sempre metas a tingir, coisas a conquistar, problemas a ultrapassar, lutas a vencer… tinha sempre coisas e pessoas mais importantes do que eu! Pelo caminho, achava que tinha a vida perfeita, corria o mundo, visitava sítios de sonho…onde eu não estava! Acho que nunca estive em cada uma das viagens que fiz, que nunca sonhei em nenhum daqueles sítios.

Olhar para as fotos daquele tempo, de grande parte da minha vida, causa-me uma tristeza profunda. Porque é que um dia desisti de mim? Porque é que um dia, para tentar ser perfeita deixei de ser mulher? Porque é que quando todos à minha volta me amaram, eu deixei de me amar?

Há 4 anos, iniciei um novo caminho em busca de mim, em busca da mulher que se perdeu, em busca da adolescente vaidosa e cheia de certezas e amor por si. Mudei tudo. Tudo me mudou.

Hoje as fotos que tiro, as fotos que gosto de tirar são para me lembrar essa mulher…não a nova mas a de sempre, a que se esqueceu de si mas se voltou a lembrar, a que se escondeu de todos e agora se mostra com orgulho, a que amava os outros e voltou a sentir amor também por si.

A batalha mais difícil não é perder peso, não é voltar a maquilhar-me, não é voltar a ser vaidosa, a vestir roupas femininas, a calçar saltos altos…a batalha mais difícil é voltar a ser tão bonita por dentro que isso, naturalmente, se note por fora!

Posso voltar a ser gorda, posso ter rugas marcadas, posso olhar-me ao espelho e não me achar bonita mas uma coisa eu não volto a fazer: não volto a ‘apagar a luz’ da minha vida!

A aparência só importa se ela for o espelho da tua alma, a felicidade é a tua melhor roupa, o amor por ti é a tua maior vaidade, o sorriso verdadeiro é a tua melhor e mais bonita maquilhagem!

 

 

 

 

domingo, 1 de novembro de 2015

My sweet November


 
Começou Novembro…chuvoso, cinzento, triste.

Para mim Novembro será sempre o mês dele, do grande homem da minha vida.

Dia 17 celebrávamos sempre a vida, a dele e aquela que ele partilhava connosco. Novembro passou a ser também o mês da saudade por já não podermos celebrar juntos. Mas o Universo é fantástico e enviou-nos em Novembro outro motivo para celebrar…

O bisavô não a conheceu mas ela chegou no mês dele para que possamos continuar a celebrar a vida, a celebrar o amor, a celebrar a família!

Dia 14 ela celebra um ano, dia 17 ele celebraria 98 anos…

A ela, vou falar-lhe dele, do ser humano maravilhoso que era, do pai dedicado, amigo, de coração gigante, que sempre foi!

A ela vou ensinar-lhe tudo o que puder do que ele um dia me ensinou e, que me acompanha até hoje.

A ele, vou pedir-lhe que a guarde, que a proteja, que lhe guie os passos, como sempre faz comigo.

A ele, vou pedir-lhe que lhe tire os medos como sempre me tirou os meus, que seja o anjo que lhe vela o sono…

Ele e ela não se puderam conhecer, não se cruzaram na vida mas há um sitio onde estarão sempre juntos: dentro do meu coração, onde guardo os amores maiores, os que a vida não leva…

Novembro começa hoje e, por mais chuva que caia, por mais cinzento que venha, será sempre um mês feliz no calendário da minha vida!

Sê bem vindo Novembro!

 

domingo, 25 de outubro de 2015

Que se F***!

 
 
 
 


Costumava planear quase tudo na minha vida…ou pelo menos pretendia fazê-lo! Achava que se o fizesse a margem de erro era menor, a possibilidade de tudo sair perfeito aumentava. Talvez o fizesse fruto de uma maturidade que me foi imposta pela vida, de um ‘crescer á força’ que implicava demasiadas responsabilidades e compromissos.

Nunca me contentei com o plano A, tinha de ter sempre um plano B. E, como se não bastasse planear para mim, planeava também para os que amava. Por eles e para eles…

Enchi-me de planos ao longo dos anos e, com eles, nem percebi que perdia aquilo que mais me definiu sempre: a espontaneidade!

Um dia, quase sem me aperceber, depois de fazer tantos planos, falhei! Não havia plano B… Sentes-te perdida, sentes-te vazia, sentes-te ‘sem rede’, mas decides ir, decides buscar de novo aquilo que perdeste, decides ir em busca de ti e da espontaneidade com que, um dia, pensaras abraçar a vida mas que essa mesma vida acabara por te roubar. Viver o momento…senti-lo, aproveitá-lo, encher-te dele e depois deixa-lo ir…sem medo, porque mais momentos virão!

Ao inicio custa, custa desabituares-te de pensar no amanhã, no daqui a 1 mês ou daqui a um ano. Parece que não tens rumo, sentes-te perdida, sem mapa… num desses momentos conheci uma pessoa maravilhosa, simples na forma de estar e de viver, e que um dia me disse : ‘Bela, aprende a dizer que se f*** (sim, esse palavrão), grita-o bem alto cada vez que estiveres indecisa e vai… vai sentir com o coração, vai sem mapas, vai viver o hoje, vai ser feliz hoje porque hoje é que importa que sejas feliz! Amanhã? Amanhã que se f***!’

Lembro-me destas palavras sempre que a razão me quer travar o coração, sempre que o medo me quer travar o impulso, sempre que teimo em querer respostas para todas as perguntas! E vou…

Quando te soltas, quando te deixas ir, a vida dá-te momentos maravilhosos para colecionar, põe no teu caminho pessoas fantásticas para partilhares esses momentos, ensina-te que a perfeição pode estar nas coisas mais inesperadas, que se esvaziares a tua mente de planos ganhas espaço no coração para sentir tudo de bom que estás a viver!

Hoje agradeço os momentos felizes da minha vida, as pessoas que me enchem os dias com esses momentos, a espontaneidade que voltei a encontrar, a paz que reside nas coisas mais simples… hoje agradeço por todas as vezes em que digo: ‘que se f***!’

sábado, 24 de outubro de 2015

#saturday

 
 
Adoro o cheiro a panquecas que fica na cozinha...cheiro a sábado de manhã, cheiro aos dias em que o tempo tem todo o tempo do mundo...momentos!
Não vos posso mandar o cheiro bom que paira no ar mas deixo-vos a banda sonora que acompanha este 'lazy day'!
Bom dia minha gente!!
 
 
 
 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Mar docer lar


'Fugi' para aqui sempre que precisava de respirar um novo ar, sempre que me perdia nas questões da vida e precisava de respostas, sempre que precisava de silêncio...continuo a 'fugir' para contar as minhas histórias, para ouvir as dele, para me 'encher' da calma que muitas vezes a correria dos dias me leva.
Hoje parei aqui bocadinho para escrever mais umas páginas da história, para inspirar e me inspirar! É sempre bom voltar a 'casa'...

domingo, 11 de outubro de 2015

A viagem...




Tenho espirito de viajante…gosto de ir, apenas ir! Durante muito tempo quis perceber estas duas forças que existiam em mim: a necessidade premente de partir e o apego a tudo aquilo que era ‘desculpa’ para ficar. Era como se houvesse em mim duas pessoas.

Não sei se acreditam em vidas passadas. Eu acredito. Acredito que a vida que tenho em mim não se esgota aqui, neste lugar, neste espaço de tempo que me foi decretado. Um dia disseram-me que, em outra vida, fui viajante, daquelas que ía e não sabia quando voltava, das que não criam raízes em lado nenhum, das que não se prendem, das que não se apegam, das que não temem as despedidas… esse era o meu Karma, arranjar o equilíbrio entre o partir e o ficar, entre o apego e o desapego.

Há dois tipos de viajantes: os que viajam por agência, com tudo marcado, roteiros traçados, guia turístico, grupos…se algo correr mal, pede-se indemnização á agência, culpa-se o guia, diz-se que o que valeu foi a companhia e não se volta a repetir o destino.

Depois há os outros…os que vão ‘sem rede’, apenas com um destino definido mas sem guia, sem nada programado. Vão sentir, explorar, deixar-se levar pelo momento, aproveitar cada surpresa da viagem, aprender. Se algo correr mal, não há culpados, não se pedem indeminizações e , na maior parte das vezes, volta-se a repetir o destino, fazendo a viagem por outro caminho.

Fiz muitas viagens ao longo da vida, vinha de todas elas cheia, preenchida, com sede de mais, com planos para a próxima…

Achava que a viagem da minha vida ía ser á India. Estava a preparar-me psicologicamente para a fazer. Era, provavelmente, a viagem que me mudaria como ser humano, que me faria mudar a perspectiva de tudo. Ainda não fui á India. Descobri que a viagem da minha vida não era a outro país, a outra cultura, a outra realidade…a viagem da minha vida estava tão mais perto, estava dentro de mim! Para a viagem á Índia posso preparar-me, escolher o momento certo, fazer o que sempre fiz melhor: planear! Para esta viagem, a que um dia decidi fazer dentro de mim, não há planos que resultem, mapas que me guiem, datas escolhidas! Viajarmos ao mais fundo de nós mesmos é uma viagem solitária, muitas vezes desconfortável, outras tantas dolorosa. Os caminhos são difíceis, a paisagem ás vezes assusta, o silêncio consegue ser aterrador…talvez por isso, esta seja ‘a’ viagem da minha vida!

Sempre ouvi de todos: ‘tu és forte, tu és uma lutadora, tu és um exemplo…’ Convenci-me que tinha de ser assim, aprendi a ‘fugir para a frente’ como ninguém. Não me detinha nos problemas, não fazia o ‘luto’, não os explorava… seguia, como dizem que fiz um dia em outra vida. Seguia porque era isso que eu sabia fazer melhor: ir! Ir em frente e levar na bagagem todos os que amava, todos os que precisavam de mim, todos os que eu não podia desapontar!

Não deixei de ter este espirito de ir, não deixei de ser viajante mas, hoje recuso-me a fugir das viagens a sós, hoje recuso-me a seguir sem perceber, dentro de mim, qual é o caminho. O que mais me custa? O silêncio…

Viajar sozinho é sair da nossa zona de conforto. Não é para todos, não é compreendido por todos, nem todos nasceram com espirito de viajante. O que existe dentro de mim pode ser maior do que o mundo lá fora, pode ensinar-me mais do que uma viagem á India, pode guiar-me mais do que os mapas que foram traçados por outros. Aqui, nesta viagem, vou descobrir o melhor de mim, vou aceitar o que sou, vou perceber o que é importante, vou deixar de fugir porque é isso que ‘os fortes e lutadores’ fazem. Não é qualquer pessoa que conseguirá fazer uma viagem destas comigo, ir com fé, sem destino, dar-me a mão e perder os medos, confiar, partilhar os silêncios. Já ouvi algumas vezes: ‘não te consigo acompanhar’…não faz mal, seguirei sozinha, porque nem todos na vida nascem com a mesma missão, com a mesma ambição, com o mesmo Karma…nem todos nascem viajantes!

 

 


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Até já ...


E dançava, dançava, dançava de sorriso no rosto, deixando que a musica lhe levasse a dor, deixando que por momentos, se esquecesse do vazio que tinha dentro de si. 
Ele, a um canto do bar, não conseguia tirar os olhos dela. Era bonita, mas mais do que isso, tinha algo que lhe prendera o olhar… o sorriso! Ficara preso aquele sorriso no primeiro momento em que os seus olhos pousaram nela. E musica após musica observava-a dançar e sorrir. Ela nem reparara nele, aliás, parecia que dançava num circulo onde só ela estava, sem se importar com as pessoas que a rodeavam.
A determinada altura os seus olhares cruzaram-se, finalmente. Ele esboça um sorriso e ela ignora-o. Mais tarde, o amigo com quem ele estava, oferece lume a uma das suas amigas e aproximam-se todos uns dos outros.
-Olá sou o Manuel.
-Ana.
-Já há algum tempo que te estava a observar a dançar… divertes-te mesmo!
-Hummm. E isso é o mais interessante que tens para me dizer?- Ana soltou uma gargalhada com o ar de embaraço que viu no rosto dele- Sim, gosto mesmo de dançar! Faz-me esquecer tudo o que me rodeia. A música faz milagres!
-Concordo contigo -e, quando Manuel pensava continuar aquela conversa, ela sai disparada para dançar a música que começara naquele instante a tocar.
E foi assim o resto da noite. Ele de copo na mão a observá-la, ela a dançar e a trocar olhares com ele por entre risos.
No final da noite, ou melhor, quando se viam já os primeiros raios de Sol, estava na hora de vir embora e Manuel ganhou coragem:
-Diz-me bailarina, posso convidar-te para um café? 
-Poder convidar podes, eu posso é não aceitar! - e Ana soltou uma das suas gargalhadas- Por norma não vou tomar cafés com rapazes que conheço em bares.
-Mas eu não sou um qualquer. Não te pareço um rapazinho com quem merece a pena tomar um café?
-Isso agora…
-Bom, mas vamos trocar números de telefone ou não? – disse Manuel querendo parecer mais descontraído do que o que estava na realidade.
- Fazemos assim… dás-me tu o teu número e, ficas á espera que eu te telefone.
-Não é uma proposta justa. Ainda para mais quando acabaste de me dizer que corro o risco de ser considerado mais um desses rapazes que andam pelos bares a engatar miúdas e, aos quais não dás sequer o beneficio da dúvida. Dou-te o meu número, dás-me o teu e vemos quem dá o primeiro passo… que tal assim?
- Ana puxa do maço de tabaco dele e escreve o número do seu telemóvel (já tinha aderido a essa nova tecnologia, finalmente).
- Boa. Agora tens onde apontar o meu?
-Não vou ficar com o teu número. Se quiseres, ligas-me tu.
Manuel soltou uma gargalhada. Aquela miúda não era fácil de convencer. Mas ele não ía desistir. Claro que lhe ía ligar, claro que queria conhecê-la melhor, claro que queria ver aquele sorriso mais vezes.
-Então, até um dia destes. Fica a aguardar o meu telefonema.- e piscou-lhe o olho, enquanto a beijava na face.
Ana lembra-se de ter fixado o cheiro dele. Sempre fora dada a cheiros, era dos sentidos a que mais dava importância, o olfacto. Manuel cheirava bem, muito bem.
No dia seguinte, quando acordou da ‘ressaca’ da noite anterior lembrou-se de Manuel… será que ele lhe ia ligar? Bem, isso agora também não era importante! Não queria envolver-se com ninguém, estava a passar uma fase tão complicada que não era, com certeza um rapaz que conhecera na noite, que ia trazer algo de bom á sua vida.
Enganou-se redondamente!
Dois dias depois o telemóvel tocou com um número que ela não conhecia. Do outro lado ouviu:
-Olá bailarina! Lembraste de mim? O rapaz da noite que anda por aí a desencaminhar miúdas para um café?
Ana soltou uma gargalhada sonora. Afinal ele sempre ligara.

domingo, 27 de setembro de 2015

Até já...


 
 
-Se eu morresse hoje, deixarias o que escreves no mar, no nosso mar?

-Talvez…talvez quando conseguisse voltar á vida…

-Esquecias-me? Alguma vez nos esquecerias?

-Imaginar perder-te, fisicamente, causa-me dor…não, não te esquecia, é a única certeza que tenho. O amor pode ter várias formas, como te disse um dia. Já vivi algumas, possivelmente viverei outras…nenhuma será igual á nossa…nunca!

-Eu nunca vivi nada assim, não estava preparado para isto…

-Nem eu meu querido. E, ainda bem que não estava preparada, que não precisei de me preparar, que me arrebatou, que me invadiu, que me encheu por completo…por isso é tão bom, tão especial, tão intenso e tão verdadeiro…é o que até hoje consigo definir, verdadeiramente, como amor.

-E eu também…até ti, era alguém que nunca sentiu amor, que nunca ‘fez amor’…até ti, meu amor!

-Até nós tudo era diferente, tão diferente…

-… depois de nós nada será igual…sou feliz! Para sempre e, finalmente!

-Sou feliz agora, porque é agora que preciso e quero ser feliz.

-Vamos dormir?

-Vamos dormir anjo...até já...

-Até já…

#lookoftheday



Girly look neste Domingo de Outono mascarado de Verão!
Aproveitar que ainda se pode usar cor...muita cor!!!
Bom domingo pessoas bonitas!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

As estações do (meu) amor




Vou amar-te apenas no Inverno! Sim, no Inverno, quando o coração está frio como o tempo lá fora, quando o corpo pede calor, quando a lareira acesa ganha outro sabor no aconchego de ti, no aconchego de nós. Não gosto de sentir o coração frio, o silêncio que há nele quando não ama. E, no Inverno, ouvem-se todos os silêncios…

Na Primavera deixo-te partir, voar com as borboletas que chegam e são símbolo de novos amores. Na Primavera vais partir...podes ir que eu deixo sempre voar os que amo!

No Verão já não vais lembrar-te de mim…ou eu de ti! É a estação da aventura, o coração enche-se de outros ‘amores’, o tempo é pouco para sentir saudade. As ondas do mar lavam e levam a falta que me fazes, o Sol aquece esta pele que já não tocas, a música ocupa os silêncios da alma, para que eu não tenha vontade de ouvir, de novo, a tua voz.

No Outono, ah o Outono! No Outono recolho a casa e desfaço as malas. No Outono tu não estás mas não faz mal…até as árvores ficam despidas das suas folhas mas não perdem a beleza! No Outono, sinto-me nua de ti…volto a vestir-te no Inverno!

Vou amar-te apenas no Inverno…por isso volta, volta com o frio e aquece-me, de novo, o coração e a vida!


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Hoje apetece(S)-me...




Hoje apetece-me falar de amor. Hoje apetece-me falar do amor que sinto. Hoje apetece-me falar do amor que nem sabia que era amor. Hoje apetece-me falar de saudade. Hoje apetece-me falar de ausência. Hoje apetece-me falar do vazio. Hoje apetece-me falar da dúvida. Hoje apetece-me falar de um espaço ocupado onde não quero que mais ninguém entre. Hoje apetece-me falar do tempo. Hoje apetece-me falar da vida que se desperdiça. Hoje apetece-me falar do que vale a pena. Hoje apetece-me falar de quem vale a pena. Hoje apetece-me falar de verdade. Hoje apetece-me falar de vida. Hoje apetece-me falar de ti… mas não aqui!

domingo, 20 de setembro de 2015

#ámesacomamigos

 Ontem foi dia de abrir as portas cá de casa para mais um jantar. Ultimamente, não o faço tanto quanto gostaria mas, estes momentos, em que cozinho para os amigos e os recebo com uma mesa bonita para nos perdermos nela entre risos e garfadas, são algo que me enche o coração!
Tertúlias, as tais que me inspiram!

 
A mesa...gosto de mesas bonitas!

 
A entrada:vol au vent de chévre com mel e nozes

 
                            O prato: lasanha de frango com espinafres e mozarella fresca

Ainda ontem...



Ainda 'ontem' estava a fazer 18 anos! Ainda 'ontem' tinha a ânsia dos que querem crescer rápido e viver tudo de uma vez! Ainda 'ontem' construía castelos com pedras de lua, construía sonhos só de olhar para o mar! Ainda 'ontem' era uma menina que só queria ´ser mulher'!
Passaram 20 anos e o ontem voou e fez-se hoje e a mulher de hoje só quer voltar a ser a menina de ontem!


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Welcome (my) Home!


Nunca sonhei casar, ter uma casa térrea com jardim, enchê-la de filhos e ter um cão. Bem, a parte do cão talvez…

Quando era adolescente imaginava que o meu futuro passaria por ter um bom emprego (seria advogada!), viver num T1 em frente ao mar, viajar por esse mundo fora e não criar amarras (daí a dúvida quanto á parte do cão, apesar de amar animais). A vida é maestra em trocar-nos as voltas e mostrar-nos que há coisas que não se planeiam, simplesmente temos de nos deixar levar por elas… E, quando dei por mim, não era advogada, não vivia sozinha no meu T1 junto ao mar e, estava prestes a comprar a tal casa com jardim e a ter um cão! Não comprei a casa para a encher de filhos mas sim, comprei-a porque seria um espaço onde faríamos aquilo que ambos gostávamos de fazer: enchê-la de amigos, de bons momentos, de gargalhadas e mais tarde, a família, aquela que iríamos construir, fosse ela grande ou pequena!

O que mais me agradou nesta casa foi poder construí-la ao meu gosto e á minha medida. Tinha uma planta e, a partir daí, era dar asas áquilo que adorava fazer: criar, decidir, escolher, decorar. O R. deixou tudo nas minhas mãos…ele sabia o quanto o espaço era importante para mim, confiava no meu gosto, sabia que eu era exigente e deixou a ‘obra’ por minha conta. Foram tempos que me deram muito trabalho mas um gozo muito especial. Era a minha casa, feita e decorada á minha imagem! Quando ficou pronta não queríamos sair de lá…todos os fins de semana recebíamos amigos, o Natal passava-se aqui com a família, os miúdos (dos outros) adoravam cá estar! Estava criado o ambiente perfeito para construir a família feliz!

Herdei da minha mãe o hábito de estar sempre a renovar, a mudar as coisas de sitio, a acordar e virar tudo do avesso. Um dia, dá-se o avesso da vida, tudo se renova e fico eu, o cão e a casa gigante já sem jardim (que entretanto o cão tinha destruído!). Nunca houve dúvidas de que seria eu que ficaria a viver aqui: tudo tinha o meu cunho, a minha imagem, a minha energia…fiquei.

Passaram-se quase 4 anos e já tive vários sentimentos em relação a esta casa. Perguntei-me várias vezes porque raios não tinha eu o meu T1 junto ao mar, em que parte do caminho tinha enlouquecido para comprar uma casa no meio do campo, de que me serviam 2 jardins para cuja manutenção não tinha tempo, e que tinham virado selva amazónica, porque aceitei ter um cão que passava os dias na triste tarefa de guardar a casa e aguardar o meu regresso.

Os fins de semana em que havia imensa gente a circular por aqui, em que se recebiam os miúdos, em que se ouviam gargalhadas e se faziam tertúlias á mesa tornaram-se quase inexistentes…era mais fácil eu sair do que abrir portas para os outros entrarem. Acho que, algumas vezes ao longo deste tempo, cheguei a sentir-me demasiado pequena para tanto espaço, cheguei a temer que este não voltasse a ser o meu casulo, a minha bolha…pensei vender a casa, pensei arrendá-la, pensei começar de novo em outro sitio. Pensei tudo isso aqui, deitada no meu sofá, a inventar pratos na minha cozinha, entre tentativas de organizar a garagem e limpar o jardim… aqui, no único sitio que alguma vez chamei de meu, que foi a única coisa que ‘construí’ até hoje. Não sou apegada a coisas, a bens materiais, a sítios. Sou apegada a pessoas, a histórias…decidi que quem faz a história desta casa sou eu, que me cabe a mim fazer dela novamente o meu casulo, que posso enchê-la de mim e do meu cão como se de uma grande família se tratasse, posso voltar a abrir as portas e a enchê-la de gente mas, também posso ser feliz aqui dentro, com elas fechadas. Estou a apaixonar-me novamente pela minha casa, fruto de me estar a apaixonar cada vez mais por mim, a que gosta de criar, de decidir, de escolher, de rodear-se de coisas bonitas! Voltei a ter ideias, voltei a mudar as coisas de sitio, voltei a gostar de olhar á volta e sentir que tudo ali tem a minha cara. Voltei a querer estar, a querer ficar…voltei, finalmente, para casa!
P.S. Mostro-vos pedacinhos do meu mundo, um mundo que está sempre em obras e 'renovação'!

 
Máquina fotográfica, livros, fotos e frases inspiradoras... o que não pode faltar!

 
A minha nova mesa de centro feita de uma palete que por cá andava á espera de destino! Estou apaixonada por este novo cenário!

 
Vivo no campo e nunca tinha aproveitado os seus recursos. Arranjos naturais de oliveira e eucalipto espalham-se agora pela sala! São simples, naturais e dão um aroma maravilhoso!


 
A minha cadeira 'fetiche' no recanto de leitura, com vista para Nova Iorque (fotos a preto e branco da cidade que me inspira!)
Através da janela a vista para aquilo que em tempos foi um jardim...e que vai voltar a ser!

 
 
Passo cada vez mais tempo na cozinha e este cantinho que ando a preparar tornou-se especial! Mais paletes, pois claro, que a madeira fica bem em todo o lado!

 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

#Comidinhas



E para o jantar uma das minhas versões de hambúrguer gourmet: hambúrguer de perú com cogumelos, tomate seco e cebola confitada, acompanhado de puré de bróculos e batata doce ( e uma saladinha, claro!)