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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Saído de um filme...


Parecia uma cena saída de um filme…
Uma praia. Eu, sozinha, à espera do por do sol, como tantas vezes fazia. O telemóvel toca e tu perguntas:
- Onde estás?
...
- Aqui, na minha praia!
-Eu também, aqui na tua praia!
E comecei a tremer…onde estavas que não te via? Tu, aqui? Como? E, de repente, apareces…e juro, que nunca uma visão me fez tremer tanto, nunca uma visão me fez saltar o coração do peito…e juro que, naquele momento, ele rolou pela areia da praia até chegar a ti!
E parecia uma cena saída de um filme. Eu de um lado da praia, tu do outro. E corremos para um abraço que era maior do que o rio que estava à nossa frente. E corremos para um abraço que não precisava de palavras. E eu chorei…e tu, limpaste-me as lágrimas e puxaste-me pela mão para me sentar na areia. E nem tinha ainda reparado na enorme cesta de fruta que trazias…
Sentei-me no aconchego do teu abraço. O coração ainda rolava pela areia da praia e não queria parar. Ficamos os dois em silêncio, a comer fruta, abraçados, a ver o sol pôr-se… A enorme bola gigante a sorrir para nós, a enorme bola gigante a mostrar-nos o tamanho e a intensidade que pode ter o amor. Demos as mãos numa promessa muda de que, ali, naquele dia e naquela praia, ficaria a prova de que estávamos ligados para sempre. Todos os dias, os mesmos em que o sol se põe. E, desde aquele dia, todos os pôr do sol são nossos.
Dizem as lendas que o sol se põe para que a sua amada Lua possa brilhar.
Desde aquele dia sei, que o Sol e a Lua podem nunca se cruzar que, ainda assim, a sua luz brilhará sempre na ‘nossa’ praia…
Ainda tenho aquela foto, das nossas mãos entrelaçadas…ainda tenho o sabor da fruta, ainda tenho o cheiro do teu abraço, ainda tenho a visão da bola gigante a desaparecer, os poucos, no horizonte…
E volto tantas vezes aquela praia...voltamos sempre à praia onde fomos felizes não é?
Já não há cenas saídas de filmes, já não sou a atriz principal de uma história de amor, já não existem cenas para 'gravar' na memória, já não há corações a rolar na areia, já não há abraços e mãos entrelaçadas mas, o sol continua a pôr-se todos os dias. E desaparece no horizonte como um dia desaparecemos um do outro… porque assim é a vida real, com cenas que são tudo menos saídas de um filme!

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Deixa-me ser...



Deixa-me ser e eu deixo-te estar...
Parece tão simples não é? Parece tão óbvio que se nos apaixonamos ou queremos estar com alguém, devemos aceitar o outro como ele é e com tudo o que ele trás para a nossa vida!
Sei que sou um furacão de energia mas até os furacões têm o seu tempo.
...
Sei que encho por completo a minha vida mas demorou muito tempo a conseguir encher-me de mim.
Sei que pareço nunca estar satisfeita quando na verdade exijo muito pouco para estar feliz.
Sei que a minha liberdade pode ser assustadora mas existe felicidade se não fores livre?
Sei que sou um poço de segurança e isso assusta as inseguranças dos outros.
Sei que o meu mundinho, tão único, será sempre motivo de dúvidas e incertezas para o mundo de outros.
Sei que ser feita no verbo ir, atormenta quem quer ficar.
Sei que tudo o que vivi me faz ter ainda mais sede do que quero viver.
Sei que se tiver de escolher entre o mais ou menos, escolherei sempre viver no nada e fazer dele o meu tudo.
Sei que sou o motivo de todos os medos porque escolhi viver assim, sem medo do que vier.
Sei que posso nunca ser a mulher certa para ti porque um dia decidi ser a mulher autêntica aos meus olhos.
Sei que não sou ovelha e que isso faz de mim animal estranho aos olhos de todos os rebanhos.
Sei que se me deixares ser, eu deixo-te ficar...é só o que sei!

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Perco-me em ti...



Perco-me lá, no sabor dos teus beijos.
Perco-me lá, no cheiro da tua pele.
Perco-me lá, no toque dos teus dedos.
...
Perco-me lá, quando os corpos se juntam.
Perco-me lá, nos sussurros da tua voz.
Perco-me lá, nos silêncios que falam.
Perco-me lá, nas palavras que ficam por dizer.
Perco-me lá, nos segredos do teu olhar.
Perco-me lá, no desejo de ser tua.
Perco-me lá, no enigma que não decifro.
Perco-me lá, neste sentir que cresce.
Perco-me lá...
e, seja qual for o caminho por onde me perco, promete que és tu que me vais encontrar!

domingo, 1 de maio de 2016

Tu em mim...



Olhei no espelho...o reflexo da mulher adulta, as marcas do tempo que passa a uma velocidade feroz.
Mas não são as marcas que me importam, não é isso que busco no espelho. Através dos meus olhos o que vês? A mulher que o espelho reflete quem é? Era isto que querias ver? Se hoje me abraçasses era orgulho que sentirias por dentro desse abraço? Se hoje me olhasses era admiração que est
...aria nos teus olhos? Se hoje me desses a mão, ela guiar-me-ia pelos mesmos caminhos? Se hoje me pudesses falar o que me dirias mãe?
Olhei no espelho...a mulher adulta que já não cabe no teu colo, viu a menina que carregaste sempre no teu amor.
Voltei lá mãe...ao sítio e ao tempo onde me ensinavas a crescer, ao sítio e ao tempo em que eras tu que me inspiravas e me ensinavas a ser!
Se hoje, estivesses tu aqui, em vez deste espelho, estarias feliz pelo que sou?
Se hoje estivesses aqui, verias em mim um reflexo de ti?
Hoje, olho no espelho e consigo ver-te...estás sempre aqui, no mais fundo de mim!
Feliz dia Mãe!

quinta-feira, 28 de abril de 2016

O sorriso...



Sorria...
Com um daqueles sorrisos rasgados, enorme, do tamanho dos sonhos que guardava em si desde criança.
Sorria, como se o mundo inteiro coubesse nos limites do seu sorriso.
...
Sorria, como se a cada sorriso afastasse para longe os medos, derramasse em si as cores com que escolhera pintar a vida.
E eram tantas as cores, e eram tantos os sorrisos!
Sorria até nos dias em que ousavam roubar-lhe o sorriso. Não! Nada nem ninguém lhe roubaria a vida contida naquele rasgar dos lábios, na curva que lhe enchia o rosto e lhe dava brilho aos olhos!
Sorria, porque era esse o seu fado, o fado dos que trocam os lamentos pela fé, o fado dos que abraçam a vida e a levam pela mão, o fado dos que nascem com o destino traçado pelas linhas do amor.
E era amor o que deixava de si em cada sorriso...
E a amar, sorria!

terça-feira, 26 de abril de 2016

Sabes...


"-Amo-te!"
"-Muito..."
"-Tanto..."
...
"-Tudo..."
"-Sempre..."
Um último beijo, o abraço apertado.
Os dedos dele a tocarem o rosto dela.
Os olhos fechados dela a sentirem os dedos dele.
Sabes que é amor quando pode não haver amanhã.
Sabes que é amor quando cada dia é o último e manténs a esperança de que seja o primeiro.
Sabes que é amor quando vives, num momento, a imensidão do infinito.
Sabes que é amor quando deixas de contar o tempo porque o tempo não deixa.
Sabes que é amor quando o corpo vai mas tudo o resto continua ali.
Sabes que é amor quando o adeus jamais saberá a despedida.
Eu sei que é amor, tu sabes que é amor...muito, tanto, tudo, sempre!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Almas gémeas


Eram almas gémeas.
Ela já tinha ouvido falar nisso, achava até que já tinha encontrado a sua. Não. Percebeu através dele o que era uma alma gémea.
Ele tinha chegado como se sempre lá tivesse estado. Não se encontraram, regressaram a casa, não se conheceram, reconheceram-se, não se amaram, voltaram a amar-se!
Com ele, ela apaixonou-se pela vida, com ele reaprendeu a sonhar, com ele virou-se do avesso para recuperar um lado de si que estava esquecido. Com ele era a menina que tinha deixado na infância, com ele era a rebelde e a aventureira sem deixar de ser a doçura e a entrega. Com ele era feliz na sua fragilidade e era a heroína dos seus medos. Com ele, era o melhor de si!
Ele conhecia-a como ninguém, amava-a pelo lado de dentro, vivia no fundo dos seus olhos. Estavam ligados por algo maior, algo que não cabia no coração e se alojava na alma.
O que sentia por ele abanou todo o seu ‘mundo’, deitou por terra tudo aquilo que julgara saber sobre o amor, sobre a vida…e ainda assim, era com ele que se sentia completa e intacta, como se nenhuma peça faltasse ao seu puzzle.
Nunca, entre eles, se contava o tempo. O seu tempo, não sabiam onde tinha começado e, cada ‘até já’ que diziam na despedida, vinha acompanhado de um tempo que podia nunca mais voltar…
Um dia ele foi (como ela sempre sentira que tinha de ser). A dor tinha sido insuportável, o desespero pelo vazio deixou-a quebrada em pedaços. E, é só quando quebras o teu coração, quando tudo o que estava dentro dele se esvazia, que aprendes a deixar entrar, novamente, a luz. E é só quando ‘morres’ que te sentes grata por voltar a viver!
Depois da dor, ela conseguiu perceber o porquê da partida. Depois da dor, ela sentiu-se grata por ele mas ainda mais, pela pessoa que ela era agora. Depois da dor ficou o amor.
Ele ensinou-a a voltar a amar, a voltar a amar-se. Ele mostrou-lhe o amor maior para ela não se perder em amores menores. Ele recarregou-a de vida para ela não se esquecer de viver. Ele veio devolver-lhe o melhor dela e era assim que a queria deixar: autêntica, única, livre de tudo e cheia de si!
 Só as almas gémeas se mostram assim, só as almas gémeas ensinam assim, só as almas gémeas se dão assim!
Não houve depois dele porque nunca partiram um do outro, apenas percorreram caminhos opostos, deixando o espaço mas não o tempo…
Iriam reencontrar-se noutras vidas, iriam voltar a amar-se em todos os tempos e todas as vidas, porque as suas almas, num tempo que não tinha início nem fim, tinham escolhido pertencer uma à outra.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Vai e vem...


Vem e vai em ondas, ora mais fortes e bravas e indomáveis, ora mais serenas, espaçadas e num embalo doce. Como o mar em que me tornei, ora revolto ora tranquilo, como o mar que tem o teu cheiro e o teu sabor, como o mar onde nos voltamos a encontrar quando a saudade aperta e a distância se perde, para além daquilo que os olhos conseguem alcançar, como o mar em que a minha voz te sussurra baixinho um 'até já '.
E o tempo passa, e nós passamos pelo tempo, e o que me és não passa! Vem e vai em ondas...

terça-feira, 29 de março de 2016

Fala-me da saudade...


A saudade tem um grito que só tu consegues ouvir.
A saudade tem voz e chama por ti!
A saudade tem cheiro e flutua no vento.
A saudade tem a forma do teu abraço.
A saudade tem o teu nome escrito na pele.
A saudade tem o eco da tua gargalhada.
A saudade tem alma quando o corpo se ausenta.
A saudade é muda e esconde-se no silêncio.
A saudade é tatuagem que lembra quem somos.
A saudade mata e devolve-me à vida.
A saudade viaja comigo no tempo.
A saudade sonha quando o dia me acorda.
A saudade és tu, a saudade sou eu…
…a saudade é a certeza de um tempo em que fomos nós!



quarta-feira, 16 de março de 2016

O puzzle inacabado...


Foi exatamente neste dia: 16 de Março de 2012.
Eu era o protótipo da mulher realizada. Exemplo de superação de obstáculos, de determinação, de coragem. Tinha-me feito mulher, de profissão estável, tinha a casa que imaginara ao pormenor, viajava 2 vezes por ano (ás vezes mais), tinha o cão, o jardim, o príncipe encantado, a relação perfeita, o amor invejado. Tinha amigos, tinha dinheiro, tinha saúde, tinha amor. Tinha tudo aquilo que define, para a maioria, a felicidade!
Ele, o maior presente que a vida já me tinha dado, naquele dia, olhou-me nos olhos e perguntou: 'B. és feliz?' E foi como se uma bala me atingisse o coração. Senti-me morrer. Morri ali, em frente ao homem com quem tinha partilhado amor, amizade, projetos e mais de 1/3 da minha vida... Morri ali, ao perceber que há muito tempo já tinha morrido!
E esse foi o dia que marca o antes e o depois, esse foi o dia em que deixei para trás não apenas 12 anos mas, toda uma vida.
Fui...sem saber como nem para onde, fui em busca nem sabia bem do quê. Tive de me desconstruir. É como se o meu puzzle, de que é feita a vida, tivesse sido vandalizado.
Olhas e vês milhares de peças, olhas e pensas que não tens mais 34 anos para voltar a montar aquele puzzle! Olhas e tens ali o maior desafio que enfrestaste até aquele dia, reconstruir o puzzle da tua vida. Se deu medo? Um medo aterrador, um medo gigante...mas as peças estão ali, toda a tua vida a precisar de ganhar forma novamente, por isso não há tempo para ter medo. Tens de arregaçar as mangas, tens de procurar a 1a peça e começar, ou recomeçar, a construir a tua vida!
E é fantástico como este 'jogo' pode ter tanto de fácil como difícil, de rápido e de lento, de ordem e confusão, de certeza ou dúvida, de lógica e de loucura... Há alturas em que todas as peças encaixam a uma velocidade alucinante, em que o desenho está a construir-se com a maior clareza diante dos teus olhos, para logo de seguida passares dias á procura da próxima peça, a olhar inerte para o enigma, com dúvidas se algum dia o vais conseguir terminar!
De início, pedes aos amigos para te ajudarem. Quanto mais mãos melhor! Passam horas e horas entretidos, em volta de todas aquelas peças. Riem, bebem, falam, vão, voltam… constrói-se um pouco do puzzle mas, a determinada altura, tudo é motivo de distração e o puzzle fica em 2º plano. Afinal, há tanta coisa para fazer entre amigos, para quê perderes o teu tempo e o deles a ‘construir um puzzle’?
Depois, achas que a solução passa por construí-lo a 4 mãos. Um jogo a dois. Momentos de partilha, momentos em que te entregas e recebes o outro no jogo da tua vida. Mas, rapidamente percebes que hoje, há jogos mais interessantes, que se perdeu o interesse em jogos de lógica e paciência, que não se tem tempo para quebra-cabeças quando as cabeças e os corações já foram quebrados!
Voltas a olhar para as peças…em silêncio, tu contigo e sem ruídos á volta. Percebes o quanto já conseguiste, quanto do teu puzzle já reconstruíste. Orgulho. Um imenso orgulho é o que sentes por ti, pela imagem ainda inacabada que o puzzle te mostra. Respiras fundo. Ainda existem um monte de peças espalhadas, ainda existe um imenso trabalho pela frente. Sorris. Tens tempo…todo o tempo do mundo para te reconstruíres e conseguires de novo ter a imagem completa. Afinal, já morreste um dia e voltaste a nascer. Afinal, o importante não é concluir rapidamente o puzzle mas sim, desfrutar do jogo que a vida te oferece!
B.

terça-feira, 8 de março de 2016

A ti Mulher...


Dedicam-te um dia...como se coubesse num dia tudo aquilo que és, como se um dia abarcasse toda a grandeza que carregas!
Dedicam-te um dia...um dia, em troca de todos os dias que dás de ti. E dás-te, desde que ao nascer te definiram num género. E definem-te antes mesmo que tenhas tempo de te mostrar ao mundo. Definem-te no que é suposto. É suposto seres o sexo frágil. É suposto não seres Alpha numa matilha pela qual dás a vida. É suposto andares depilada. É suposto saberes cozinhar. É suposto teres o chão a brilhar e passares a ferro sem vincos. É suposto não te deixares engordar e frequentares o ginásio da moda. É suposto seguires a moda! É suposto gostares de maquilhagem e não deixares que o cabelo branqueie. É suposto receberes o teu sangue a cada mês como uma dádiva. É suposto casares e ter uma família. É suposto seres uma profissional de mão cheia. É suposto que cuides e tenhas instinto maternal. É suposto seres uma 'senhora'. É suposto que sejas uma amante apaixonada depois de deitares os miúdos. É suposto que tenhas miúdos! É suposto que o teu tempo chegue para tudo. É suposto que te dediques e te esforces. É suposto que lutes por direitos que te deviam ser de direito. É suposto que te tornes igual quando tudo em ti é diferente. É suposto que sejas Mulher...como se ser Mulher te fosse apenas um género com que um sexo, entre as pernas, te identifica.
És mais do que aquilo que um dia homenageia, és maior do que aquilo que o teu sexo define. És Mulher...celebra-te a ti, ao que és, ao que ousas não ser, ao que te define e não ao que te é definido. Celebra-te...acima de tudo e para além do que é suposto!
Felizes sejam todos os teus dias Mulher!


domingo, 6 de março de 2016

O invisível aos olhos



Hoje vi o Principezinho. Já tinha lido o livro, há muito tempo atrás, mas há histórias que vale a pena relembrar.
Sou uma contadora de histórias e acredito que, ninguém conta melhores histórias do que o coração. Ele sim, é o autor favorito de todos. As suas, são as histórias mais lidas, mais contadas, mais bonitas, mais partilhadas.
Uma das frases mais conhecidas desta história de Saint Exupéry é: ‘ O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração.’
Paramos poucas vezes para olhar com o coração. Paramos poucas vezes para definir o que é, realmente, essencial. Perdemo-nos algures durante o crescimento, desviamo-nos da rota do sentir e vamos atrás do rebanho que se guia pelo querer. Queremos ter dinheiro, queremos ter sucesso, queremos ter o amor perfeito, queremos ter a família exemplar, queremos ser os melhores e mais admirados. Esquecemos o essencial, esquecemos o que advém dessa simples palavra: a essência das coisas, a essência de nós! De tanto querer, esquecemo-nos de ser! De tanto querer, tornamo-nos invisíveis para nós mesmos!
Esta história, mascara-se de história infantil apenas para que nós, adultos, nos relembremos de ser crianças. Não podemos parar o tempo, não podemos evitar as dores do crescimento, o que ele nos faz…mas podemos não esquecer, não esquecer de ver com o coração!
São vários os momentos de aprendizagem nesta história, várias as frases a reter: "Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas”, “Cada um que passa na nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo.”
Espero que, cada um de nós, em determinada altura, pare para olhar: para si, para os outros, para a vida mas, especialmente, para a criança que deixou lá atrás, para os sonhos que ela carregava, para a forma simples como vivia os dias, para a verdade com que sentia, para a leveza que o seu coração, ainda puro, sentia!
Não podemos deixar de crescer mas podemos e devemos, conservar em nós essa essência e magia que nos torna a todos ‘o principezinho’ da nossa história!

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Dentro e fora de mim





A cabeça pede descanso, o corpo pede aventura, o coração pede emoções novas.
Preciso de ir...essa é a única certeza que oiço em gritos dentro de mim! Preciso de ir para me sentir viva, para me lembrar de como é bom sentir! Preciso de sair desta rotina dos dias, desta dormência que só serve aos que se ficam pelo normal. Recuso-me a adormecer na normalidade, recuso-me a ser calmaria quando tudo em mim é tempestade! Não fui talhada para o conhecido, o desconhecido teima em conhecer-me. Preciso de encontros, preciso de descobertas, preciso de movimento, preciso de turbilhão.
Não quero o tradicional. Não quero o que é suposto.
Quero viajar...dentro e fora de mim!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A mochila...



Encho o copo de vinho tinto, na esperança de que o néctar divino me faça flutuar e levar, por momentos, este cansaço que me pesa no corpo.
O cão já foi á rua e agora, ao sentir-me finalmente por perto, dormita no sofá.
As compras estão feitas e o frigorífico voltou a ganhar cor depois de mais uma ausência que o deixou vazio.
...
A casa está em silêncio. Hoje não vou para a cozinha.
Hoje vou deixar-me estar, de copo de vinho na mão, a imaginar como seria se tivesse menos 15 anos. Hoje vou imaginar que o cão não precisa de mim, que não existe uma hipoteca para pagar, de uma casa que eu dispensava ter, que não existe um trabalho que me suga as forças e me faz escrava de um ordenado que, á vista de outros, me devia deixar feliz.
Hoje vou imaginar que faço as malas com pouco mais do que alguns trapos, uma máquina fotográfica, cadernos e canetas e um passaporte que me leva daqui. Fecho a porta e vou. Vou libertar-me destas rotinas e viver. Viver com pouco, porque o muito já me basta. Não quero a casa, não quero o carro, não quero os gadgets. Não quero ser obrigada a agradecer todos os dias porque tenho mais do que muitos… mas muito pouco do que preciso.
Queria ir…ir em desapego, ir sem rede. Deixar para trás o que é e descobrir o que pode ser. Queria conhecer novos sítios, novas gentes, novas línguas, novas formas de viver. Queria descobrir-me longe desta zona que mascarei de conforto. Queria sentir medo, queria sentir solidão, queria sentir saudade…não ter pressa de ir ou tempo de ficar. Sentir, viver, escutar apenas o coração. Guardar memórias, observar, criar histórias e inventar palavras. Ser.
Sinto que já não sou daqui, deste espaço que me prende, desta rotina que me cansa o corpo. Sinto que há algo melhor para além daquilo que me dão os dias.
Mas também sinto o cansaço no corpo e na alma, a lembrar-me que não tenho 20 anos.
Bebo mais um gole de vinho, olho para o cão que continua a dormir, passo os olhos pela casa á minha volta que ainda falta pagar, os telemóveis caros em cima da mesa, o computador a lembrar-me o trabalho que ainda não está acabado…
A casa está em silêncio…a máquina fotográfica está sempre pronta, o passaporte está em dia, os cadernos estão é espera de se encher de palavras. Fecho os olhos e vou, ainda que a porta continue fechada! A mochila leva pouco mais do que aquilo que é realmente meu: os sonhos!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Simplesmente com muito amor...


Escrito num dos meus livros preferidos. Escrito para ficar como se escreve tudo aquilo que queremos eternizar no tempo.
Amo-te muito...e era muito e sempre foi. E virou lembrança. Uma lembrança que vem e vai. Uma lembrança que está espalhada no tempo. Simplesmente porque é assim. Simplesmente porque não se apagam as lembranças escritas a tinta permanente.
Eu e tu, em tantas poesias que escrevemos. Como Florbela Espanca, estamos gravados na so
brecapa do livro. E estamos escritos num tempo só nosso...porque o tempo leva e traz aquilo que a vida não apaga. E fomos prosa com outros nomes, histórias de outros livros, palavras de outras bocas. E fomos amor de outros, da mesma forma simples que fomos um do outro.
Simplesmente com muito amor, num Setembro em que era, a teu lado, infinitamente amada. Simples, como tudo devia ser. Eterno, como nada o é. 


domingo, 21 de fevereiro de 2016

Posso contar-te um segredo?



Sou um dos teus segredos, és o maior dos meus.
Somos a história que ficou por contar.
Somos a frase incompleta num qualquer caderno esquecido.
...
Somos a chave de uma porta que continua fechada.
Somos a equação que ninguém consegue decifrar.
Somos o que está à vista de todos e não se consegue ver.
Somos as iniciais de algo que se quer anónimo.
Somos um grito que se fez silêncio para ninguém ouvir.
Somos a saudade mascarada de desapego.
Posso contar-te um segredo? Serás sempre o meu segredo mais bem guardado!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Vou ler-te uma carta mãe...


Acordei sobressaltada. Aliás, mal tinha dormido naquela noite. Não percebia bem porquê, afinal até estavas um pouco melhor no dia anterior, tinhas apertado a minha mão e sorrido para mim. Ainda assim, fora do que era habitual, mal acordei quis ir ao hospital. Não era hora de visita mas eu entrava e saía a qualquer hora.
Nunca vou esquecer a cama vazia, o medo, a falta de ti, o corpo a escorregar parede abaixo enquanto o médico me tentava abraçar e dizer aquilo que ninguém quer ouvir: ‘tens de ser forte’! Como pode alguém ser forte quando lhe tiram um pedaço de vida? Como pode alguém ser forte quando tem de ir para casa e dizer, ao homem que amou uma mulher por mais de 40 anos, que ela não vai voltar? Como pode alguém ser forte quando não foi a tempo de parar o tempo?
Ainda hoje me pergunto o que falamos na última noite…apagou-se-me tudo da memória! E vivo com este medo de não te ter dito o quanto te amava, de não te ter repetido o quanto precisava de ti na minha vida…
Éramos tão diferentes! Discordávamos em quase tudo, chocávamos de frente nas nossas convicções, medíamos forças, travávamos batalhas…mas em todas elas vencia o amor que me tinhas e que eu te tinha! E o amor de mãe, ensinaste-me tu, pode exprimir-se nos silêncios, pode interpretar-se por linhas tortas, pode manifestar-se de várias formas mas será sempre, um amor incondicional e único!
Escrevi-te imensas vezes ao longo dos anos…sabes que sempre fui de escrever! Acabo sempre a ler em voz alta o que te escrevo, não vá o pai não estar aí para te ler as minhas cartas. Escrevo-te porque sei que nem sempre estás feliz por mim, que nem sempre te orgulhas do percurso que tracei, que nem sempre sou o que tu idealizaste para mim! Continuo a ser a teimosa do costume, a rebelde sem causa, a que não aceita que lhe ditem regras, a que não se deixa guiar por outros, a que sabe sempre o caminho a seguir mesmo que esteja perdida. Continuo a ser eu, a que não se deixa moldar, a que não se deixa apanhar na rede do que é certo e politicamente correto. Tentei, sabes que sim! Tentei ser a mulher que foste…mas eu sou eu mãe, ainda que com um enorme orgulho em tudo o que eras e, no quanto me ensinaste a ser!
Dizias-me tantas vezes: ‘um dia, quando fores mãe, é que me vais dar valor!’ Juro que me lembrei disso, naquele dia, quando aquela maldita ecografia me disse que o coração do meu bebé não batia…juro que senti a mesma dor e o mesmo vazio do dia em que vi a cama de hospital vazia! Queria passar para ele (tinha a certeza que era um rapaz!) uma parte de ti, queria passar para ele o que de melhor me deixaste, queria mostrar-te que tinha aprendido contigo, a ser uma mãe de amor, como tu sempre foste! O tempo, mais uma vez, não me deu tempo…
Sinto-te a falta. Em cada um destes 16 anos, sinto-te a falta…
Não me lembro se to disse naquela última noite, enquanto me apertavas a mão e sorrias, mas amo-te mãe, amo-te com o mesmo amor incondicional que me ensinaste, com a mesma verdade com que me educaste, com a mesma inesgotável saudade que só quem ama sente…
Agora vou ler-te tudo isto em voz alta, não vá o pai não estar aí para te ler mais esta carta!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Imperfeições



Não esperem de mim perfeição. Não esperem de mim o que é suposto. Não esperem de mim estereótipos que me recuso a seguir.
Não esperem de mim que esteja sempre a sorrir. Não esperem de mim que fique onde não quero ficar. Não esperem de mim que aceite o que não quero aceitar.
Não esperem de mim que goste de todas as pessoas. Não esperem de mim que diga sempre que sim. Não esperem de mim que seja só amor.
...
Não esperem de mim que perdoe tudo. Não esperem de mim respostas que não tenho. Não esperem de mim que esteja sempre presente.
Não esperem de mim sempre as mesmas atitudes. Não esperem de mim que seja paciente. Não esperem de mim que abdique dos sonhos.
Não esperem de mim rotina. Não esperem de mim sempre boas maneiras. Não esperem de mim modas que não sigo.
Não esperem de mim perfeição porque eu esperei muito tempo pelo momento em que me tornaria, finalmente, imperfeita!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O quarto de hotel







Tinham decidido seguir caminhos separados já fazia muito tempo, uma eternidade que não se contava no calendário mas, que ficava marcada de uma forma que só eles sabiam.
Quando as saudades apertavam (e apertavam muitas vezes), bastava uma mensagem com um simples ‘estás bem?’ para sossegarem os corações. Evitavam ver-se, embora muito de vez em quando, precisassem de alguns minutos para se olhar nos olhos e, apenas sorrir e inspirar o cheiro um do outro. Nunca
... passava disso, breves momentos, espaçados no tempo.
Ele seguia pela vida o melhor que podia e sabia, ela colecionava paixões a que nunca chamou amores.
Um dia uma mensagem diferente. Não dizia ‘estás bem?’, perguntava ‘vens?’…e ela foi, sem hesitar. Iam poder voltar a ser apenas ele e ela. Iam poder fugir ‘do mundo’ que os aprisionara em jaulas separadas, para voltar a partilhar um mundo que era só deles e para eles.
E pareciam crianças num passeio da escola, e pareciam adolescentes a viver o 1º amor, e pareciam adultos felizes e apaixonados, como sempre foram quando estavam juntos! Ela era feliz ao lado dele, passasse o tempo que passasse, fosse em que espaço fosse, durasse o tempo que durasse! Ele voltava a saber o que era a felicidade no sorriso dela, no cheiro do seu cabelo, no abraço apertado que lhe sabia a vida…
Mas algo mudara. Chegou a noite e o quarto de hotel. Nunca tinham estado juntos num quarto de hotel. Nunca tinham estado juntos assim, como dois amantes num encontro furtivo e fugaz. E, por muito que os corpos se desejassem, por muito que se ansiassem num reencontro que tantas vezes imaginavam em segredo, o seu amor nunca fora um amor de corpo, sempre fora um amor de alma. E as almas amam-se mesmo sem se tocarem, as almas amam-se muito para além do toque…
Voltou a sentir-lhe cada pedaço de pele, voltou a arrepiar-se com o toque das suas mãos, voltou a desejar cada movimento do seu sexo, mas não ali, não num luxuoso e frio quarto de hotel.
Naquela noite houve sexo, como havia sempre que ele procurava o cheiro do cabelo dela em outros corpos, como havia sempre que ela sentia prazer e nada mais com outros homens. O seu amor não se satisfazia num orgasmo, a sua saudade não se saciava entre quatro paredes. Amavam-se, iam sempre amar-se e, por isso, jamais poderiam voltar a juntar os corpos.
Tinham decidido que os seus corpos seguiriam caminhos separados, que apenas os seus corações e a sua alma os manteriam unidos num amor que só eles sabiam existir. Um dia os corpos voltariam a juntar-se, na eterna valsa que prometeram dançar…
O amor não se confina a momentos de prazer num qualquer luxuoso e frio quarto de hotel!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Gente



Gente positiva e de bem com a vida.
Gente que te empurra para a frente.
Gente que é um raio de luz quando chega.
...
Gente que sorri sem motivo.
Gente que acredita.
Gente que partilha.
Gente que celebra.
Gente que abraça os medos.
Gente que motiva.
Gente que inspira e se deixa inspirar.
Gente grata e simples.
Gente que dança mesmo sem música.
Gente que ama e doa amor.
Gente destemida e aventureira.
Gente que sabe o que quer.
Gente que deixa a sua marca.
Gente que não se esconde atrás de lamúrias.
Gente que não se entrega a desgraças e desalentos.
Gente que não desiste de si.
Gente que vive o momento.
Gente que agradece cada dia.
Gente que gosta de gente.
Gente que gosta de si.
Gosto de gente assim!

domingo, 24 de janeiro de 2016

Até ao fim dos dias...

Foto de A Tertúlia da Bé.


Não tenho grandes certezas na vida. Cada dia ela mostra-me e ensina-me que não há certezas, que de um instante para o outro tudo é mutável.
Não faço projeções para o futuro. Aprendi a viver um dia de cada vez. Aprendi a tirar de cada dia o melhor que ele me pode dar. Aprendi a improvisar. Aprendi a não deixar palavras presas.
Não sei onde vou estar, como e com quem, daqui a 2, 5, ou 10 anos. Não possuo nada, não ambiciono muito , não sou de lugar nenhum
..., sou apenas dona de mim mesma.
Mas, conservo em mim uma única certeza, um único desejo: escrever!
Sei que é assim que quero acabar os meus dias, sei que é isto que quero que me acompanhe, sei que é a única coisa a que posso chamar minha. Vou pela vida a escrever sobre o amor, a deixar em palavras o único sentimento que se mantém inalterado dentro de mim, o único que me embala os dias, que me leva em braços, que me inspira e me faz respirar, que me ilumina os caminhos escuros, que me preenche os espaços vazios.
E há tanto para escrever sobre o amor, e há tantos amores sobre os quais escrever!
O amor que dou, o amor que recebo, o amor para além da morte, o amor que não se aprende nem se ensina, o amor que nasce em nós e viverá para além de nós. O amor carnal, o amor espiritual, o amor crente, o amor resistente, o amor guerreiro, o amor pacifico...
A vida tem-me sido em fértil em histórias, o coração tem-me sido generoso nos amores.
É isto que quer fazer, preencher folhas em branco com histórias, manter vivo nas minhas palavras o amor que bombeia o meu coração... até ao fim dos meus dias!





quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Já não consigo escrever sobre ti...


Tu que com palavras me inspiraste a contar histórias.
Tu que me levaste a fantasiar sobre o amor, como se fosse amor aquilo que me podias dar.
Tu que, sendo um mistério para mim, me desafiaste a entrar dentro do mais escuro do teu ser.
Tu que, na tua montanha russa de sentimentos, me deste adrenalina aos dias.
Tu que, fugindo de mim, me fizeste aproximar desse precipício onde te encontras.
Tu que me parecias uma multidão de gente, aprisionada no corpo de um homem só.
Tu que me desafiaste com a tua loucura, deixando-me louca por te decifrar.
Tu que, um dia parecias chegar, para no outro já estares de partida.
Tu… desafio e medo, calma e turbilhão, paixão e tormenta, crueldade e compaixão.
Passaste como um furacão na minha vida, baleaste de raspão o meu coração e levaste contigo a história que ficou por escrever…
Tenho-te ainda no pensamento, recordo-te com um sorriso, vou conservar-te na lembrança mas já não consigo escrever sobre ti!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Nem a água lava os cheiros...




E depois do amor, depois do suor do sexo, do arfar dos corpos, vinha o banho...pegavas-me pela mão, davas-me um beijo demorado e arrastavas-me para debaixo do chuveiro. Dois miúdos felizes, dois amantes inseparáveis.
E até um banho não era apenas um banho, até o lavar do corpo era amor, até a água que nos molhava era benta.
Ficávamos ali, debaixo do chuveiro, abraçados, a sentir a as gotas correr...como corria o tempo! E o tempo era sempre pouco!
Voltava a tocar-te cada pedaço de pele, voltava a ler cada sinal que te marcava o corpo, voltava a amar-te em cada passagem de espuma. Eras perfeito, tinhas o tamanho do meu amor, a forma do meu abraço...
Passavas-me os dedos pelo rosto, mais uma vez, como todas as vezes...sentias-me as cicatrizes, lavavas-me o corpo e a alma. E até o banho era amor!
A água corria levando o suor do sexo, lavando as marcas do desejo. Fechava os olhos e sentia o teu cheiro...
E foram banhos e banhos, debaixo do mesmo chuveiro, vezes e mais vezes que a água me tocou o corpo sem os teus dedos, mas o cheiro, o teu cheiro, ainda cá está...porque nem a água lava os cheiros!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Do que a vida ensina...


Aprendes que seguir em frente é mais fácil quando te libertas do passado.
Aprendes que só tornas mais leve a tua bagagem quando te perdoas e perdoas os outros.
Aprendes que se erraram contigo também tu já erraste.
Aprendes que para curares uma ferida precisas de olhar para ela e dedicar-te ao curativo, dias a fio.
Aprendes que a vida te põe á prova de diversas maneiras, até te dar o que acreditas merecer.
...
Aprendes que, em cada pessoa, está uma lição que te fará evoluir no teu caminho.
Aprendes que nada te chega antes que estejas preparada.
Aprendes que ter medo faz parte da caminhada. A solidão é uma sombra que cresce quanto maior é a tua luz.
Aprendes que deixar ir é essencial para ganhares espaço para o que vai chegar.
Aprendes que não importa o tempo que demoras a chegar mas sim que desistir de fazer essa viagem nunca foi uma opção.
Aprendes que até ao fim, não podes nunca deixar de querer aprender!


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Como explicar?




Ainda á pouco tempo me perguntaram: ‘onde está o teu amor?’
Sim, falo em ti…falo sempre em ti para dizer que já vivi um amor maior, que sou (somos) a prova viva de que ele existe, de que vale a pena.
Respondi que estás em todo o lado. Riram. Como se eu estivesse a fugir da resposta. Não, a resposta estava toda ali. Estás em todo o lado, estás em tudo na minha vida. E ninguém te vê, ninguém te sabe a não ser eu.
Como explicar-lhes que vieste a mim para me ensinar? Para me despir de quem era e revelar quem sou, para me mostrar o que mereço, para me provar que a felicidade existe e está nas pequenas coisas, está no agora, está em aproveitar e viver o momento.
Como explicar-lhes que és a minha alma gémea, que revelaste o lado melhor de mim e que me mostraste o melhor que um ser humano pode trazer em si?
Como explicar-lhes que segundos ao teu lado eram horas, que silêncios nos teus braços eram histórias, que fazíamos amor para além do corpo, que nos sentíamos para além da alma?
Como explicar-lhes que o nosso amor não é de agora, é de sempre e viverá para além do tempo?
Como explicar-lhes que por amor, fomos em busca de outros amores? Por amor, seguimos caminhos diferentes porque sabemos que um dia, quando os olhos se fecharem, recomeçaremos juntos outro caminho.
Como explicar-lhes que por ti, continuo em busca do amor? Daquele que tu me mostras-te que existe, daquele que trouxeste até mim. Não te procuro a ti em outros amores mas não deixo de procurar a felicidade em estado puro, que vem sem pedir nada em troca, que se revela nos pequenos nadas que se transformam em tudo.
Como explicar-lhes que podemos guardar um amor dentro de nós e ter o coração aberto para viver um outro amor? Tudo o que quero é amar alguém tanto como tu te sentiste amado.
Sim, falo de ti porque não poderia deixar de falar do homem que me mostrou a Vida, que me fez renascer e trazer ao de cima o melhor de mim. Sim, falo de ti ainda que apenas existas dentro de mim!


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Amor de Mar



-Vais ao mar?
-Vou. É a segunda maneira de poder estar contigo…
Sabes, a surfar nunca me ocorreu nada. Esvaziava a mente em cada onda que apanhava. Segundos de vazio, total vazio, em que aprecias o som, o perigo e tudo o que uma onda te dá.
-Imagino que sim. Consigo sentir esse vazio, esse silêncio de que falas, só de me sentar lá, em frente ao mar.
-Mas agora não. Tu estás lá e é lá que quero estar ainda mais. Está lá o cheiro do teu cabelo, em cada onda que apanho. Agora, surfar é como fazer amor contigo, é como se estivesses lá… mas acabas por nunca aparecer.
-Um dia Vida, um dia voltamos a estar juntos lá, no nosso mar.
-Um dia meu anjo… Sentes-me? Ainda me sentes?
-Agora mesmo, neste arrepio! Eras tu? És sempre tu…Será possível?
-Sim é, connosco é. Meu anjo? Amo-te. Sabes disso não sabes? Vou amar-te sempre!
-Sim Vida, sei…sinto. Porque somos, lembraste? Somos um amor que não se diz, que não se conta, que é só nosso, sempre e para sempre…
Até já!
( e era lá, a olhar para o mar que ela o via, que ela lhe sentia o toque, de olhos fechados. E era lá, em cada onda que surfava, que ele voltava a fazer amor com ela, a sentir o cheiro dos seus cabelos…
Eram do Mar…como seriam para sempre um do outro!)

domingo, 10 de janeiro de 2016

Bastasse o (teu) sexo!


Primeiro a dança das línguas. O sugar, o morder. A descoberta lenta dos sabores. A valsa do beijo. Um atrás do outro.

Aos poucos os braços que se rendem, as mãos que passeiam os corpos, que se perdem entre cabelos em desalinho. Dedos que desenham as linhas do rosto. Olhos fechados que se guiam pelo desejo. O beijo. A marca do beijo em cada centímetro de pele. Tudo começa no beijo. Lento, longo, intenso.

Depois a urgência dos corpos, a ânsia dos corpos, o calor dos sexos. Sexos famintos que se saciam. Gemidos de prazer que se gritam. O inferno e o céu. O orgasmo. O arfar e o suor. A calma. O silêncio lânguido. O beijo. Tudo acaba no beijo. Lento, longo, intenso.

Quem dera que tudo acabasse ali… bastasse saciar os sexos, gritar orgasmos. Bastassem os corpos!


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Portas entreabertas...




E olhas á tua volta...reconheces as caras, os corpos, os cheiros.
A tua vida é, definitivamente, cheia de portas que se abrem e fecham para deixar entrar e sair sempre as mesmas pessoas!
Os amores que já foram e espreitam para voltar a ser.
Os amores que nunca foram mas persistem na esperança de o ser.
Os amores que são e que não podem ser. ...
Os corpos, que se querem repetir quando nada mais ficou para além dos corpos.
Os corpos, que se querem experimentar na ânsia de não serem apenas corpos.
Os corpos, que ainda se querem para além de outros corpos.
Os cheiros de memórias que os corpos guardam em si.
Os cheiros que trazem de volta o que outros corpos não fizeram esquecer.
Os cheiros que nada mais são do que meros cheiros.
E olhas à tua volta e estão todos lá: os que foram, os que querem ser, os que não queres que sejam, os que gostavas que fossem, os que sempre serão!
O teu mundo é, definitivamente, um espaço cheio de portas entreabertas, cheio de pessoas!



sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Viagens...


Sou uma viajante...na vida e nos sentimentos! Gosto de ir, viver novos sitios, novos momentos, novas experiências e novas pessoas.Retiro de cada viagem o melhor que ela me deu e sigo de coração leve e cheia de vontade de viajar novamente ...
Na vida, como nos sentimentos, há viagens e viagens. Há sitios onde nunca pensamos ir e que são uma agradável surpresa, há outros em que colocamos uma enorme expetativa e são uma desilusão. Há sitios que nos enchem com as suas
...gentes, os seus cheiros, as suas histórias, há outros que apenas são um bonito postal ilustrado. Há sítios onde nos sentimos em casa e queremos voltar, há outros que são apenas umas férias reconfortantes.
Já conheci muitos sítios, todos diferentes, todos a deixarem em mim sensações e marcas diferentes. Nunca me arrependi de nenhuma das minhas viagens, mesmo aquelas a sitios onde não quero voltar. Fica sempre algo em nós de cada viagem...nem que seja apenas um carimbo no passaporte.
Assim é com os sentimentos. Sou viajante...sou das que gosta e precisa de sentir. Cada pessoa que entra na minha vida é uma viagem. Cada uma delas me mostra 'mundos' diferentes, me deixa marcas diferentes. Não me arrependo de nada do que senti, das vezes que me apaixonei, da adrenalina de sonhar novamente, de encher a bagagem com o verbo acreditar. Fica sempre em nós algo de cada pessoa, nem que seja apenas uma ténue lembrança, como um carimbo no passaporte.
Já fiz a grande viagem, já estive no meu 'paraíso', já escrevi a mais bonita das histórias no meu caderno de viajante. Parti...porque há pessoas onde não podemos ficar mas que nos ficam carimbadas para sempre no coração e na alma.
Sou uma viajante...continuo em busca de mais, sempre mais: sítios, cheiros, emoções, experiências, sentimentos...
Não tenho medo de ir porque sei que algures por aí está, finalmente, o sítio e o coração onde vou querer ficar...e ficar...e ficar!
Boas viagens!