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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Fotografias da alma











 
 
Hoje quero falar-vos de mim. Nada de estranho, falo muitas vezes, exponho aqui o que sinto, o que visto, o que como, o que sonho… mas hoje, vou mostrar-vos o outro lado de mim!

Estou sempre a ouvir: ‘ficas tão gira nas fotos’, ‘estás sempre a rir’, ‘estás cada vez melhor’, ‘estás sempre em altas’…nem sempre foi assim!

Sempre adorei tirar fotos, não é segredo. A máquina acompanhava-me para todo o lado! Já viajei muito, já fotografei muito. Tenho um disco rígido cheio de fotografias dos lugares por onde passei. Eu apareço em muito poucas! Inacreditável não é? Aquela que se ‘faz á foto’, que aparece sempre de sorriso rasgado em tudo quanto são redes sociais…porquê? Eis uma pergunta que só há muito pouco tempo fiz a mim mesma? Porque aparecia em tão poucas fotos, porque gostava mais de fotografar do que ser fotografada, porque apagava metade das fotos que me tiravam, porque sorria de uma forma diferente?

Fui gordinha, já aqui o disse, embora muitos continuem sem acreditar. Na maior parte do tempo não me importei com isso, não ligava! Era isso…não ligava, não me ligava! A adolescente vaidosa que passava avida em dietas, que se maquilhava até para ir ao pão, que usava saltos altos desde os 14/15 anos mesmo com graves problemas de coluna, um dia, deixou de se importar. Quando olho para as fotos daqueles anos, não me chocam as roupas, a falta de maquilhagem, o corpo deformado…choca-me o olhar, o sorriso que não vinha da alma, a falta de ‘luz’ que eu tinha! E nunca percebi…

Tudo e todos há minha volta eram importantes. Tinha sempre metas a tingir, coisas a conquistar, problemas a ultrapassar, lutas a vencer… tinha sempre coisas e pessoas mais importantes do que eu! Pelo caminho, achava que tinha a vida perfeita, corria o mundo, visitava sítios de sonho…onde eu não estava! Acho que nunca estive em cada uma das viagens que fiz, que nunca sonhei em nenhum daqueles sítios.

Olhar para as fotos daquele tempo, de grande parte da minha vida, causa-me uma tristeza profunda. Porque é que um dia desisti de mim? Porque é que um dia, para tentar ser perfeita deixei de ser mulher? Porque é que quando todos à minha volta me amaram, eu deixei de me amar?

Há 4 anos, iniciei um novo caminho em busca de mim, em busca da mulher que se perdeu, em busca da adolescente vaidosa e cheia de certezas e amor por si. Mudei tudo. Tudo me mudou.

Hoje as fotos que tiro, as fotos que gosto de tirar são para me lembrar essa mulher…não a nova mas a de sempre, a que se esqueceu de si mas se voltou a lembrar, a que se escondeu de todos e agora se mostra com orgulho, a que amava os outros e voltou a sentir amor também por si.

A batalha mais difícil não é perder peso, não é voltar a maquilhar-me, não é voltar a ser vaidosa, a vestir roupas femininas, a calçar saltos altos…a batalha mais difícil é voltar a ser tão bonita por dentro que isso, naturalmente, se note por fora!

Posso voltar a ser gorda, posso ter rugas marcadas, posso olhar-me ao espelho e não me achar bonita mas uma coisa eu não volto a fazer: não volto a ‘apagar a luz’ da minha vida!

A aparência só importa se ela for o espelho da tua alma, a felicidade é a tua melhor roupa, o amor por ti é a tua maior vaidade, o sorriso verdadeiro é a tua melhor e mais bonita maquilhagem!

 

 

 

 

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