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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Nem a água lava os cheiros...




E depois do amor, depois do suor do sexo, do arfar dos corpos, vinha o banho...pegavas-me pela mão, davas-me um beijo demorado e arrastavas-me para debaixo do chuveiro. Dois miúdos felizes, dois amantes inseparáveis.
E até um banho não era apenas um banho, até o lavar do corpo era amor, até a água que nos molhava era benta.
Ficávamos ali, debaixo do chuveiro, abraçados, a sentir a as gotas correr...como corria o tempo! E o tempo era sempre pouco!
Voltava a tocar-te cada pedaço de pele, voltava a ler cada sinal que te marcava o corpo, voltava a amar-te em cada passagem de espuma. Eras perfeito, tinhas o tamanho do meu amor, a forma do meu abraço...
Passavas-me os dedos pelo rosto, mais uma vez, como todas as vezes...sentias-me as cicatrizes, lavavas-me o corpo e a alma. E até o banho era amor!
A água corria levando o suor do sexo, lavando as marcas do desejo. Fechava os olhos e sentia o teu cheiro...
E foram banhos e banhos, debaixo do mesmo chuveiro, vezes e mais vezes que a água me tocou o corpo sem os teus dedos, mas o cheiro, o teu cheiro, ainda cá está...porque nem a água lava os cheiros!

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