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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Os homens também choram


E naquele dia, depois do abraço, o sofá de sempre, eu sentada, tu deitado com a cabeça em cima do meu colo…passávamos horas assim. Eu falava, tu falavas ou éramos silêncio apenas. Outras vezes punha para ti as músicas que eu ouvia e que tu nem sequer conhecias. Lembro-me das gargalhadas que davas a pensar o que diriam ‘lá fora’ se te vissem ali, nos nossos momentos!
Naquel
e dia, depois do abraço, tu deitado no meu colo, começaste num choro sem fim! Nunca te tinha visto chorar! E choraste naquilo que me pareceu um tempo interminável, num silêncio só cortado pelo bater do teu coração acelerado. Puxaste-me a mão para te sentir o peito e num choro convulsivo sussurraste: ‘já cá está! E é tão grande, e é tão forte e tira-me o ar… não sei o que fazer com ele!’
E foi assim, por entre lágrimas e um desespero que te tirava o ar, que disseste pela primeira vez que me amavas! E foi esse o dia em que te apertei forte nos meus braços e te lambi as lágrimas, desejando levar-te todos os medos! E foi esse o dia em que vi o homem-menino, o homem frágil, o homem dor, o homem amor…e foi nesse dia que vi, pela primeira vez, o homem maior!
E desde esse dia, choraste vezes sem fim, por ti, por mim, por nós… por um amor que era vida e morte, por um sentir que era ar e fogo, por um viver que era tempo e fim anunciado!
E desde esse dia, tive a certeza que o amor maior existe.
E desde esse dia, tive a certeza, que a grandeza de um homem não se mede pela aparência mas sim pelo amor que dá e pelas lágrimas que chora!

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