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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Folha branca...

 
Hoje, ao reler o meu caderno de poesias encontrei poemas escritos há tantos anos atrás mas , muitos deles, poderiam ter sido escritos hoje mesmo. As palavras não se perdem no tempo e, os sentimentos não têm data. Escrevi grande parte desta poesia entre 1992 e 1998, não passava de uma menina a lidar com o crescimento, com sentimentos novos, com amores e desamores...
Hoje, mesmo sendo já uma mulher, mesmo tendo crescido, tendo vivido esses amores e desamores, tendo sonhado, tendo chorado, muitas destas palavras têm ainda o mesmo sentido para mim.
Por isso gosto tanto de escrever.
De vez em quando, partilharei um desses poemas convosco...
Começo por um dos meus favoritos e porque é de uma 'folha branca' que as palavras nascem e se dizem em forma de prosa ou de poesia!

Estou só no meu quarto,
sem nada para fazer,
olho tudo á minha volta
e começo por escrever...
Abro a minha escrivaninha
e dela tiro o papel,
uma folha ainda em branco,
de uma brancura cruel!
Pego na minha caneta,
escrevo frases sem parar,
estou sozinha no meu quarto
e o pensamento a voar!
Quando escrevo, eu sou livre,
posso ser o que quiser:
fada, pássaro, borboleta
ou, simplesmente, mulher!
Escrevendo conto histórias,
que vivi ou que sonhei,
numa folha de papel,
tudo conto e nada sei...
Faz-se tarde, vou parar,
já está cheio o meu papel,
uma folha que era branca...
de uma brancura cruel!

                                                                   Bela 07/ 1997

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