Mais uma conversa de amigas, mais um monte de desabafos, mais uma mão cheia de nada no que respeita a conclusões sobre as novas relações!
Homens e mulheres andam confusos, baralhados, não se entendem!
Como já disse num post anterior, no meu grupo de amigas há um pouco de tudo: as que se separaram, as que nunca se casaram, as que se querem separar e não têm 'coragem', as que andam sempre na corda bamba... A conclusão das nossas conversas é sempre a mesma: uma relação a dois, tenha ela o nome de casamento, de namoro, de amizade colorida, do que quer que seja, é das coisas mais complicadas á face da Terra! Parece que, pura e simplesmente, homens e mulheres não falam a mesma linguagem!
Hoje dizia eu a uma amiga, depois de estarmos que tempos a divagar sobre as dificuldades das nossas relações: 'mas porque raio é que as coisas não podem ser tão simples quanto:gosto de ti, gostas de mim, bora lá sermos felizes os dois!' Não! Isso é pedir demais...o que se passa é que hoje a comunicação entre homens e mulheres tem demasiadas interferências.É o medo do compromisso, é o medo da perda, é o medo de assumir sentimentos, é a falta de certeza sobre eles, é o não querer dizer demais senão estampo-me ao comprido, é o não vou ser eu a dar o primeiro passo, é...tudo isto e muito mais coisas! Nada é simples, nada é transparente...
Se calhar tudo é assim porque estamos a falar de pessoas com mais de 35 anos que já levam na bagagem demasiadas experiências (boas ao não) no que diz respeito a Amor e relações. Se calhar é mais fácil todos jogarmos á defesa, todos sermos mais egoístas, todos acharmos que agora vai ser diferente, ninguém nos 'leva' fácilmente! Parece-me que andamos todos a fugir daquilo que mais queremos encontrar...
A verdade, meus amigos, é que no Amor, nas relações, neste triângulo Homem/Mulher/Compromisso não há certezas, não há formulas perfeitas, não há respostas correctas...nada nos prepara para o que poderá estar para vir, para o que vamos sentir, para o que o outro vai ou não sentir por nós.
No fundo, acho que homens e mulheres procuram o mesmo, mas de formas completamente diferentes. Todos queremos amar e ser amados, sem sofrer, sem magoar...todos queremos encontrar alguém que nos diga: gosto de ti e se gostas de mim, vamos lá ser felizes! Será assim tão difícil? Que dificuldade é essa de verbalizar sentimentos, de os assumir sem medos, de mostrar que não somos mais do que humanos...humanos apaixonam-se, humanos choram, humanos sofrem,humanos Amam!
Seria bom que, chegássemos todos á conclusão que a Vida é demasiado curta e importante para andarmos a perder tempo com enigmas, com meias palavras, com jogos de gato e de rato, com hipocrisias, com medos inúteis! Mas por mais voltas que se dê, a verdade é que o ser humano é, e sempre vai ser demasiado complicado!
Áqueles que, têm a capacidade de simplicar as suas relações com um simples Amo-te, a mais temida palavra nos dias que correm...Parabéns, são uma espécie em vias de extinção!
Vocês, mulheres, falam mesmo deste assunto, entre vós???
ResponderEliminarPronto, aí está a primeira diferença: nós não falamos disso com os amigos, nem teorizamos o que "foi", o que "é", nem o que "irá ser". Somos vazios de conteúdo e resumimos a nossa apreciação às coisas mais simples. Se disser a alguém que eu me "desbronquei" desta maneira, dando a saber os nossos mais recônditos segredos, eu nego tudo. :D
Eu, do que já vivi, acho que o problema da não simplificação das relações se prende com o...egoísmo. O egoísmo patente quando o amor se finou mas, ainda assim, se mantém uma relação por não se saber estar só; ou o egoísmo de quem, simplesmente, acorda e descobre que o amor acabou, mandando tudo às urtigas; o egoísmo de quem se vê confrontado com a rejeição e quer, a todo o custo, agarrar-se a uma relação como se de uma tábua de salvação se tratasse (como se ter alguém do nosso lado, que não retribuí os sentimentos, fosse algo concebível - para mim, não é, definitivamente, lógico).
Todas as situações levam a uma situação de falta de diálogo - ninguém quer dizer ao parceiro que vive "em pecado latente", nem se quer assumir que se é a causa de uma possível rotura. O problema, a meu ver, é que a falta de diálogo torna os nossos pequenos desencantos em algo que vai crescendo, como se tal tivesse lugar numa panela de pressão...sem válvula de escape.
Quando diz que as coisas deveriam ser simples, como um "gosto de ti", porque é que não é? Se achamos que é esse o "evangelho", então, porque não o praticamos? Eu sempre o fiz. Não consigo explicar a razão de tal comportamento, mas não consigo viver com cartas na manga. Tudo tem de estar à vista. Talvez eu queira estar de consciência tranquila, se as coisas correrem mal.
Quando uma namorada teve ciúmes ou revelou sintomas de insegurança, em vez de capitalizar isso como uma vantagem machista "à homem que põe e dispõe na relação", a minha reacção foi perguntar: "o que é que posso fazer para que esse teu sentimento desapareça". Muitas vezes perguntei "o que foi que fiz mal e como queres que repare o que fiz?". Torna-se problemático quando exijo o mesmo, quando manifesto insegurança e a resposta é "eu não fiz nada para se sentires assim".
Talvez seja uma manifestação do meu egoísmo exigir, intransigentemente, receber o que dou.
Se sou transparente, exijo que a minha parceira também o seja. Não abro mão e isso nem sempre foi bem compreendido. E, do meu ponto de vista, entram em jogo dois egoísmos: o meu, o de me expôr com o objectivo de "obrigar" o outro a expôr-se, e o do outro lado que, depois de receber, decide alterar as regras do jogo, por mera conveniência...egoísta.
Acho que é isso mesmo: egoísmo e falta de diálogo, que acaba com a cumplicidade.
E vou vivendo de acordo com a teoria da gota de água, até ao dia que a vida me surpreenda.
Nico, gosto sempre bastante dos seus comentários.É bom vermos o outro lado, o lado dos homens, aqueles em cuja cabeça e coração por vezes, se torna tão dificil, nós mulheres conseguirmos decifrar! Não podia concordar mais consigo...somos egoístas e ponto. Ninguém quer sofrer nem que para isso faça sofrer o outro com falta de palavras, falta de honestidade, falta de um sentimento puro...Seria bom se todos fôssemos tão directos e transparentes como o Nico diz ser nas suas relações, tudo se tornaria mais simples...a tal simplicidade que eu também procuro nas minhas relações. Mas ainda não perdi a fé na humanidade. Parabéns a si, pela transparência e falta de egoísmo e obrigada por partilhar isso no meu blog.
ResponderEliminarBjnhs
Anabela
Amiga, como já tive oportunidade de te dizer adorei este teu post, por ser tão genuino do que se passa ... e um bem haja ao Nico, que desmistificou aqui qualquer coisa, (quem sabe, não cria ele um blog que nos elucide, ;)) e acima de tudo porque se é como diz ser, não me parece que pudesse ser melhor! boa sorte.
ResponderEliminarEli.
Anabela, olhe que isto de ser transparente também tem os seus empecilhos.
ResponderEliminarP: "Estou mais gorda, não estou?"
R: "Um cadinho..."
Ouch!!!! :D
A vida é simples e somos nós quem a complica (eu também as complico, muitas vezes, porque a verdade pode doer). E ser-se verdadeiro e aberto pode ser uma manifestação de egoísmo ou de, pelo menos, imponderação sobre o efeito dessa "verdade" no outro.
No fim de contas, temos que atingir um ponto de equilíbrio, que se centre na cumplicidade. Cumplicidade que se obtém por via de diálogo e algum altruísmo. O problema é que tudo isso assenta nos sentimentos. E, convenhamos, nem todas as pessoas, que nos passam pela vida, conseguem despertar em nós o sentimento que nos faz querer ser altruístas.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=am_xK41HYYs
ResponderEliminarNico mais um apontamento delicioso! Seinfield no seu melhor! E está quase tudo dito...
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