Adoro música desde criança. Nem me consigo lembrar quando comecei a cantarolar pela casa mas, muito provávelmente, deve ter sido assim que soube falar!
Lembro-me do primeiro microfone de plástico que a minha avó me deu e, com o qual eu passava as tardes a cantar no alpendre da frente da minha casa...todos achavam uma imensa piada ao facto de eu não ter vergonha de estar ali a cantar para quem passava! Fazia os meus próprios festivais da canção...e ganhava-os, claro!
A minha mãe tinha horas e horas de gravações (ainda em bobina) das minhas actuações familiares. Adorava cantar! Ainda hoje adoro...mas mais do que isso, a música para mim é a forma como a alma expressa sentimentos! Através dela conseguimos enaltecer o que sentimos de uma forma que, muitas vezes, seria impossível por meras palavras não orquestradas.
A música é a voz que muitas vezes não sai, é a dor que muitas vezes se esconde, é a alegria que se expressa em poesia...é isso e muito mais!
Preciso de música nos meus dias, preciso de música na minha vida...
Vou partilhar convosco o poema de um dos meus fados favoritos da Amália, que adoro cantar e que se chama: Fadista Louco.
"Eu canto com os olhos bem fechados
Que o maestro dos meus fados
É quem lhes dá o condão
E assim não olho pra outros lados
Que canto de olhos fechados
Pra olhar pra o coração.
Que o maestro dos meus fados
É quem lhes dá o condão
E assim não olho pra outros lados
Que canto de olhos fechados
Pra olhar pra o coração.
Meu coração é fadista de outras eras
Que sonha viver quimeras
Em loucura desabrida
Meu coração, se canto, quase me mata
Pois cada vez que bata
Rouba um pouco a minha vida
Que sonha viver quimeras
Em loucura desabrida
Meu coração, se canto, quase me mata
Pois cada vez que bata
Rouba um pouco a minha vida
Ele e eu, cá vamos sofrer os dois
Talvez um dia, depois dele parar pouco a pouco
Talvez alguém se lembre ainda de nós
E sinta na minha voz o que sentiu este louco."
Talvez um dia, depois dele parar pouco a pouco
Talvez alguém se lembre ainda de nós
E sinta na minha voz o que sentiu este louco."
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