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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Carta ao Pai Natal

 
' Querido Pai Natal:
há anos que não falávamos...ou será que chegamos alguma vez a falar? Alguma vez terás recebido uma carta minha? Nunca fui de pedir...ensinaram-me que não se pede nada, que se merecermos, as coisas virão ter connosco. Nunca pedi brinquedos, embora os desejasse, nunca pedi prendinhas embora estivesse sempre expectante sobre o que ia receber...
Já não sou criança. Perguntar-te-ás, então, porque te escrevo...nem eu sei!
Apeteceu-me conversar contigo, o velhinho das barbas brancas, com ar doce, meigo, que aparece desde sempre no nosso imaginário...
Este ano, o Natal está a deixar-me triste. E sabes? Nunca fui de ficar triste em épocas de festa. Adoro festas! Mas Natal, para mim, é a festa da família...
Sonhava, em criança, com o Natal perfeito.Ele tinha uma casa cheia, onde as pessoas se atropelavam entre a cozinha e a sala, todas vestidas de branco e vermelho (sim, já sei, isto é uma pirozisse, mas sonhos são sonhos!), todas com um sorriso nos lábios. No ar, o cheiro a fritos de Natal, no fogão a panela a borbulhar com o bacalhau e as batatas, na sala uma árvore com luzinhas a brilhar...á meia noite, as crianças, excitadas para abrir os seus presentes e nós, adultos, a vibrar com a sua alegria. Este era o meu Natal perfeito! Era o Natal que eu sonhava em todas as casas, não só na minha.
Hoje, pouco me resta desse sonho...a família, em vez de crescer, diminui...as pessoas realmente importantes, já cá não estão, outras vão deixando de estar ou estão longe...e o Natal, para mim, vai perdendo o seu significado. Eu não quero, sabes? Não quero deixar morrer a magia, o encanto desta data...faço questão de ainda manter alguma 'luz' na minha árvore, algum brilho no meu Natal...
Por isso te escrevo, para te pedir que não deixes morrer a magia do meu Natal! Para te pedir que coloques de novo em mim, um pouco da criança que sonhava, um pouco da criança que acreditava...
Dás-me isso Pai Natal? Ou melhor...mereço isso? Sim, porque não esqueço o que me ensinaram: se merecermos, as coisas vêem ter connosco!
Que este seja, para todos, um Feliz Natal, cheio de magia e de sonhos...
Obrigada,
Bela '

5 comentários:

  1. O Natal também é uma época tristonha para mim. Não tem o encanto, de quando eu era criança.

    Perdemos a inocência e percebemos que, às vezes, a reunião da família não é genuína, é uma obrigação. Faz-se de conta que é uma festa, mas não é.

    Depois (não) há os que partiram e, muitas vezes, damos conta que desapareceram do nosso quotidiano mental. Já não nos lembramos deles. Acostumamo-nos à sua ausência e, naquelas vezes em que nos lembramos, sentimos culpa. E como é no Natal que nos lembramos dos que já não se sentam naquela cadeira, naquele sítio da mesa, acaba por deixar de ser uma festa, para se tornar numa reunião de tormentas.

    Sad but true...

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  2. O Nico acabou de perceber que foi colega de faculdade da Bé!!!

    :D

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    1. O mundo é mesmo pequenino! E como é que o Nico descobriu isso? Fomos colegas de faculdade ou de curso?

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  3. Grupo criado no FB para uns eventos sociais (vulgo, jogos de futebol).

    Provavelmente, vim aqui parar ao blog por algum link de algum amigo comum.

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    1. Ele há coisas...
      Então, um dia destes, provávelmente encontramo-nos num jantar pós jogo! Que giro...o mundo é mesmo muito pequenino!

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