Alguns dos meus clientes (ou parceiros de negócio, como prefiro chamar-lhes) acabam, com uma relação de tantos anos, por se tornarem quase amigos, alguns deles partilhando comigo confidências, desabafos, alegrias, tristezas, etc. É óbvio que, com muitos deles tive de partilhar o motivo da minha mudança...ou porque diziam que eu estava mais magra, ou porque a pele brilhava mais e parecia que tinha rejuvenescido, ou porque diziam que estava com um ar mais feliz, ou mesmo porque achavam estranho eu ter interrompido o meu grande projecto...
Com mais ou menos renitência, lá acabava por dizer o que tinha mudado na minha vida. Isso levou a conversas bastante interessantes. Para já, fez-me ver que anda por aí muita gente infeliz com a sua vida. Por outro lado, confirmei que o medo é o grande leme da vida de grande parte das pessoas, a par com o conformismo ou a inércia. As pessoas precisam de um motivo muito forte para mudar e, normalmente, esses motivo tem de gerar raiva, conflito, emoções fortes...ninguém assume a mudança só pela simples vontade de querer ser feliz! Mudança significa sofrimento, dor...nada disso! Não tem de ser assim, não deve ser assim! Porque razão temos de ser magoados ou magoar alguém para assumirmos um rumo diferente na nossa vida? Porque razão temos de ser 'empurrados' a fazer algo que não é mais do que um direito nosso? Temos o direito de querer mais e melhor no nosso trabalho, nas nossas relações, na nossa vida!
Em todas as conversas que tive, vi que as pessoas encaravam a minha história como a excepção e não a regra. Dar um rumo novo á minha vida, da forma 'saudável' que eu dei, não é normal! Isso entristece-me. Entristece-me saber que as pessoas não têm a capacidade de analisar o que está mal e, sem ser preciso dramas, perceberem que têm o direito de ser felizes! Entristece-me, porque eu mesma, não tive a determinada altura, a capacidade de o fazer...entristece-me pensar que, como grande parte dessas pessoas, eu podia ter abdicado do meu direito á felicidade por comodismo, por falsos conceitos, por inércia...
A vida é tão curta, passa por nós a correr, dá-nos tanto trabalho, consome-nos tanta energia...se não fizermos algo por nós, se não nos dermos a oportunidade de ser felizes, de dar sentido ao tempo que por cá passamos, o que nos resta no final?
Fico orgulhosa por poder dizer que fiz as mudanças que quis na minha vida, só porque sim, só porque mereço e quero ser feliz! Já o disse aqui que não o sou sempre, que como qualquer pessoa, tenho alturas em que 'quebro', em que duvido se tomei ou não as atitudes certas mas, no final, sei que estou onde quero estar, fiz e faço o que quero fazer, estou e dou-me a quem quero e, deito todos os dias a cabeça na almofada, feliz...feliz por ser honesta comigo própria, feliz por não ter tido medo das mudanças!
A nossa vida é feita de momentos efémeros e a (in)felicidade é uma etapa conjuntural.
ResponderEliminarQuando estamos bem, nem damos conta de como o tempo passa. Quando estamos mal, parece que o tempo demora uma eternidade. Mas, na verdade, tudo é efémero e tudo acaba por passar, um dia.
O nosso bem estar passa, muitas vezes, por pequenas coisas, muito simples, quase sem importância. Comer um gelado à beira da praia, aquele telefonema (em que se fala de um assunto sem importância, com a maior cara de "atrasado" do Mundo, porque é "ela" que está do outro lado), aquele breve momento em que nos apaixonamos pelo mulheraço que passa por nós (com quem se troca um pequeno olhar, que é, no fundo, o tempo efémero dessa paixão, que se extingue tão depressa, logo ali, naquele preciso momento), uma rifa premiada com um rolha de cortiça, aquela canção, aquele lugar, aquele momento de regresso à adolescência ou à infância, etc.
Numa perspectiva de globalidade, a vida é agridoce. Depois, são os nossos estados de alma, com a valoração específica de cada momento, que definem a porção da doçura e da agrura que depositamos em cada momento.
Acho...