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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pequenas coisas, grandes coisas!

 
Ainda me lembro de quando era criança...maria rapaz, cabelo muito curto, roupas pouco femininas: Ana Feia, era como alguns dos meus coleguinhas me chamavam! As crianças conseguem ser cruéis umas com as outras, muito cruéis!
Mais tarde, já na preparatória, o mesmo estigma...os rapazes por quem eu me 'apaixonava', nunca gostavam de mim mas sim de outras coleguinhas, com cara de bonecas. Eu era a miúda fixe para rir, para brincadeiras, para maluquices, para amiga...os amores é que já era pior!
Nunca fui miúda de grandes 'traumas' , batia-me mas passava-me logo!
Depois veio a secundária e a coisa não mudou muito...aumentou um pouco a minha 'popularidade' com os rapazes mas mais pela minha personalidade extrovertida do que, própriamente, pelos meus dotes físicos. Essa foi também a altura das paixões platónicas, sempre por homens bastante mais velhos porque os outros para mim eram demasiado imaturos!
Depois a faculdade...aí sim, surgiram os vários namoricos, as várias aventuras. Aí já namoriscava alguns dos rapazes mais populares, mais giros. Já era motivo de invejas, cobiças...as miúdas perguntavam-se o que é que eu tinha, afinal, continuava a não primar por uma beleza extraórdinária. Era uma adolescente vulgaríssima...no fundo, acho que continuava a cativar sempre pelos mesmos motivos, a boa disposição, a conversa fluída, a simpatia, e não tanto pela beleza física.
 Até que um dia, encontrei aquele que me fazia sentir única e a mais bonita de todas...e isso chegou, sempre! Podia estar gorda, magra, loira, morena, feia, bonita, que aos olhos dele era a mais bela de todas...aprendemos a olhar para nós pelos olhos do outro e, para o outro, somos perfeitas, mesmo não o sendo! E com isso vamos deixando de nos preocupar, de nos cuidar...aos poucos, quase sem nos darmos conta, vem uns quilinhos a mais, o desleixo com a pele, o sair á rua sem nos preocuparmos com a maquilhagem...pequenas coisas, grandes coisas!
 Um dia, já sem o outro, voltamos a olhar para nós com 'olhos de ver', e percebemos que temos muito por onde melhorar...temos de ser nós a achar-nos fantásticas quando olhamos ao espelho e não os outros! Isso muda tudo...
Aos 35, espanta-me perceber o quanto estou diferente aos olhos dos outros. Todos me dizem que estou melhor do que nunca, todos me mimam com elogios, todos me falam do quão fantástica fiquei de há uns tempos para cá! È engraçado,  com esta idade, ser o alvo das atenções! Chega a ser estranho até...
Mas é bom, não só porque me enche o ego mas, acima de tudo, porque o fiz por mim e não por terceiros ou para agradar a terceiros. Se não o fizermos por nós, o brilho depressa se vai, rápidamente passamos a olhar outra vez para nós pelos olhos do outro, facilmente deixamos de ser críticos connosco, deixamos de nos gostar!
 Espero não perder esta vontade de me cuidar, este desejo de estar bem comigo. Quero estar fantástica por muito e muito tempo, envelhecer bem...por mim e para mim!

3 comentários:

  1. Agora, eu lembro-me de ti, nos tempos de faculdade. Tenho dois momentos em que me lembro claramente de ti (um à porta de uma sala qualquer, numa oral - estarias vestida de preto, só não recordo se com um vestido ou com uma saia combinada com outra peça da mesma côr; outro, no campo do Chinquilho - estavas a assistir ao um jogo e eu estava a jogar).

    Não fiquei platonicamente apaixonado (nem pouco mais ou menos), mas tenho uma ideia daquela rapariga morena, que ficou aprisionada no meu sub-consciente, que agora foi desperto.

    Acredita que não é apenas uma questão de beleza...it's the whole picture. ;)

    E há coisas que não têm explicação... ;)

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    1. Nico(é estranho porque agora sei que não é este o teu nome!),este comentário deixa-me sem palavras...é curioso a imagem que passamos aos outros e o que eles retem de nós!Sim,andava quase sempre vestida de preto,saias ou vestidos só para as orais e,gostava de ir ver os jogos dos rapazes ao Chinquilho!E com isto passaram-se mais de 15 anos,agora tenho um blog e cheguei até alguém que tem uma ideia nitida de quem sou e,que eu não consigo imaginar quem seja! ;)

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    2. Eu também só tenho memória desses 2 momentos, particularmente. Não me lembro de te ver nas aulas (e não quero dizer, com isto, que te baladavas :) ), nem em nenhum outro momento.

      Nem sequer sabia o teu nome. Aliás, um dos factores que levou a que nunca tenha percebido que a Bé era a amiga do Alex, que tantas vezes põe lá uns likes nas coisinhas dele, foi a diferença de apelido.

      E percebi que de quem se tratava porque, após o último jogo (ou o jantar adiado, consoante a perspectiva), alguém puxou de um iPhone para me mostrar qualquer coisa. E eis que, numa daquelas fotos do topo do "nosso" grupo, ali estava uma cara sorridente que me era familiar. Et voilà, l'histoire de mes memoirs de toi. :D

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